segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A fé e a sombra

Vivemos um século de crescente materialismo.
Somos herdeiros de uma tradição filosófica que confia apenas na luz da razão em detrimento das profissões de fé.
Assombrados por quinze séculos de predomínio de Igreja Católica. Inibidos em suas pesquisas científicas os grandes pensadores da ciência criaram um repúdio ao sentimento religioso.
A fé passou a ser vista como uma manifestação menor e infantil da natureza humana. Como conseqüência a fé foi relegada à sombra coletiva. A fé é vista como um sinal de fraqueza psicológica e o racionalismo como a solução para todos os problemas da atualidade.
Tirando os exageros da fé eu entendo que as crenças espirituais são aspectos altamente saudáveis para o desenvolvimento da mente.
A fé tem sido reprimida, condenada e expulsa dos universos intelectuais.
No meu ver a fé é aquele sentimento de entrega a uma experiência que transcende o entendimento humano. A fé, portanto, não está acorrentada em nenhuma religião e pode até ser uma fé laica ou atéia.
A fé como capacidade de entrega pode ser vivida por um cientista que fica absorto pela comunhão com o espaço, a natureza ou qualquer outro objeto de experimentação científica.
A fé e a razão quando bem instruídas são fontes de verdadeiros prodígios, mas quando caminham separadas podem causar grandes desastres.

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