quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Efeito Lúcifer, sombra e mal

O psicólogo americano Philip Zimbardo realizou no ano 1971 um experimento curioso. Selecionou de mais de 200 candidatos apenas 12 jovens com um perfil psicológico saudável e com desempenho social acima de qualquer suspeita.
Seis dos jovens seriam os carcereiros e os outros seis seriam os prisioneiros e deveriam tratar-se como tal. O experimento que deveria ser realizado em duas semanas teve que ser interrompido em seis dias. O motivo foi simples: os jovens carcereiros já estavam submetendo os jovens prisioneiros a pequenos atos de submissão, humilhação e tortura.
Graças a essa análise Zimbardo desenvolveu uma teoria que ele chamou de Efeito Lúcifer.
Baseou seu raciocínio no mito do anjo preferido de Deus que sucumbiu ao orgulho, tentou tomar o posto do altíssimo e por isso foi expulso do céu e condenado ao inferno.
O psicólogo – professor da Universidade de Stanford – notou que pessoas ditas “normais” podem realizar ações maldosas, sob certas circunstâncias, como qualquer pessoa considerada criminosa.
Ele afirma que as pessoas fazem o mal justificadas por uma razão distorcida que favorece os próprios motivos em desfavor dos outros. Realizamos o mal em busca de exercer poder sobre os outros, afirma Zimbardo.
Ele diz que a pessoa comum vai trilhando 7 passos em direção ao mal
1 - Negligenciando a capacidade de fazer o mal, o primeiro pequeno passo
2 - Desumanização dos outros
3 - Auto-preservação no anonimato
4 - Difusão de responsabilidade pessoal por meio de um grupo ou justificativa racional
5 - Obediência cega à autoridade
6 – Falta de crítica a conformidade com normas grupo
7 - Tolerância passiva do mal através da inação ou indiferença
Segundo ele, esse é a escalada da pessoa em direção ao mal.
Essa teoria vai completamente ao encontro da idéia da sombra. A sombra é sempre um aspecto rejeitado e julgado de nossa personalidade como algo mal, desprezível e condenável.
Você agrediria uma pessoa querida?
A resposta imediata seria não.
Mas diante de uma justificativa como abandono, traição e menosprezo você poderia se resguardar moralmente por meio de motivos pessoais a tal agressão. Fiz isso porque fulano mereceu. Aí está aberta a primeira concessão para o chamado mal.
O que você pensa que poderia fazer de mal em nome de um bom motivo?

Um comentário:

  1. Olá Frederico, também tenho muito interesse na obra de Zimbardo e, inclusive, já li seu The Lucifer Effect. Convido-o a ler meus textos sobre o tema em:
    http://rodolfo.typepad.com/no_posso_evitar/2009/07/experimentos-em-psicologia-phil-zimbardo-e-o-efeito-lucifer.html
    http://rodolfo.typepad.com/no_posso_evitar/2009/07/experimentos-em-psicologia-phil-zimbardo-e-a-imaginacao-heroica.html

    Há outros posts interessantes sobre famosos experimentos em Psicologia. Espero que você goste!

    Um abraço, Rodolfo.

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