Era de uma calma nunca vista.
“De alma baiana” – brincavam.
Mas Osmar não se importava com o que os outros pensavam dele. Preferia trabalhar o suficiente para seu sustento, aproveitar o seu tempo livre para fazer absolutamente nada.
Mas há muitas pessoas que prometem para si mesmas que querem férias para fazer nada e fazem muito mais do que antes.
Osmar não. Cumpria rigorosamente seu nada. Fazia nada. Nem um copo que precisasse pegar deixava ali paradinho e matava a sede só olhando a água de longo. “Preguiça só de pensar, me deixe aqui!” Respondia quase sem força para aqueles que tentassem provocar sua reação.
Certa ocasião chegaram alguns rumores de que a mulher de Osmar estivesse se engraçando para um sujeito odiado na comunidade. Os fiéis amigos do simpático preguicinha Osmar chegaram correndo até ele. “Chegou a hora de você tirar a teima, homem! Levanta dessa rede que aquelezinho está se atracando com tua mulher!”. Por alguns segundos, para espanto dos amigos, Osmar arregalou os olhos e perguntou “ela está por perto?”. Afirmaram enfaticamente com a cabeça que sim. “Muito perto?” – perguntou o candidato a traído. Eles disseram “Há duas quadras daqui!”.
Osmar encostou a cabeça na rede, ensaiou um cochilo e disse “muito longe, prefiro ser corno à distância!”
Quando me falam sobre preguiça meu ouvido terapêutico dói. Eu não acredito em preguiça como não acredito na loira do banheiro.
Preguiça foi um nome socialmente aceito para falta de vontade. A maior parte das pessoas não pode dizer que não quer ir trabalhar, sair no dia frio para a balada, ir na igreja aos domingos, ler o livro para a prova. É considerado feio fazer só o que dá prazer e deixar o dever de lado, somos treinados a considerar o trabalho como algo que enobrece o caráter.
Portanto, quando perguntado por que não estudou, rezou, saiu ou trabalho responde: “deu preguiça”. É bonitinho dizer isso e como a tolerância é maior com a preguiça (pois todo mundo tem) a preguiça vai tomando conta.
No fundo gostaríamos de desfrutar do lado bom da vida e deixar o corpo entregue à inércia.
Mas a pressão social é mais forte. No fundo da preguiça tem uma sensação onipotente que grita “faça o que você quer e danem-se os outros”. Mas também não podemos dizer isso e falamos: “preguiça”.
A preguiça também tem cara de covardia frente a um conflito ou conclusão de algum projeto. Enquanto não concluo o projeto eu fico na incerteza de sua qualidade, ao passo que se termino vou ficar exposto à avaliação externa. Em vez de falar que estou com medo de seguir à diante eu lamento: “preguiça”
A preguiça é uma excelente aliada social para sair de situações embaraçosas, pois com o medo de dizer não, eu prefiro dizer “preguiça”.
A solução para a preguiça é você admitir que existem muitas coisas na sua vida que não lhe trazem prazer, pois para aquelas que você tem prazer não há preguiça. E talvez começar a repensar que tipo de vida tem levado você a se deprimir com tanta coisa.
Também é preciso aprender a dizer não e selecionar que tipos de compromissos deve aceitar e se submeter ou não.
Falar de tudo isso me deixa bravo, com uma ira danada, eis o próximo pecado!
“De alma baiana” – brincavam.
Mas Osmar não se importava com o que os outros pensavam dele. Preferia trabalhar o suficiente para seu sustento, aproveitar o seu tempo livre para fazer absolutamente nada.
Mas há muitas pessoas que prometem para si mesmas que querem férias para fazer nada e fazem muito mais do que antes.
Osmar não. Cumpria rigorosamente seu nada. Fazia nada. Nem um copo que precisasse pegar deixava ali paradinho e matava a sede só olhando a água de longo. “Preguiça só de pensar, me deixe aqui!” Respondia quase sem força para aqueles que tentassem provocar sua reação.
Certa ocasião chegaram alguns rumores de que a mulher de Osmar estivesse se engraçando para um sujeito odiado na comunidade. Os fiéis amigos do simpático preguicinha Osmar chegaram correndo até ele. “Chegou a hora de você tirar a teima, homem! Levanta dessa rede que aquelezinho está se atracando com tua mulher!”. Por alguns segundos, para espanto dos amigos, Osmar arregalou os olhos e perguntou “ela está por perto?”. Afirmaram enfaticamente com a cabeça que sim. “Muito perto?” – perguntou o candidato a traído. Eles disseram “Há duas quadras daqui!”.
Osmar encostou a cabeça na rede, ensaiou um cochilo e disse “muito longe, prefiro ser corno à distância!”
Quando me falam sobre preguiça meu ouvido terapêutico dói. Eu não acredito em preguiça como não acredito na loira do banheiro.
Preguiça foi um nome socialmente aceito para falta de vontade. A maior parte das pessoas não pode dizer que não quer ir trabalhar, sair no dia frio para a balada, ir na igreja aos domingos, ler o livro para a prova. É considerado feio fazer só o que dá prazer e deixar o dever de lado, somos treinados a considerar o trabalho como algo que enobrece o caráter.
Portanto, quando perguntado por que não estudou, rezou, saiu ou trabalho responde: “deu preguiça”. É bonitinho dizer isso e como a tolerância é maior com a preguiça (pois todo mundo tem) a preguiça vai tomando conta.
No fundo gostaríamos de desfrutar do lado bom da vida e deixar o corpo entregue à inércia.
Mas a pressão social é mais forte. No fundo da preguiça tem uma sensação onipotente que grita “faça o que você quer e danem-se os outros”. Mas também não podemos dizer isso e falamos: “preguiça”.
A preguiça também tem cara de covardia frente a um conflito ou conclusão de algum projeto. Enquanto não concluo o projeto eu fico na incerteza de sua qualidade, ao passo que se termino vou ficar exposto à avaliação externa. Em vez de falar que estou com medo de seguir à diante eu lamento: “preguiça”
A preguiça é uma excelente aliada social para sair de situações embaraçosas, pois com o medo de dizer não, eu prefiro dizer “preguiça”.
A solução para a preguiça é você admitir que existem muitas coisas na sua vida que não lhe trazem prazer, pois para aquelas que você tem prazer não há preguiça. E talvez começar a repensar que tipo de vida tem levado você a se deprimir com tanta coisa.
Também é preciso aprender a dizer não e selecionar que tipos de compromissos deve aceitar e se submeter ou não.
Falar de tudo isso me deixa bravo, com uma ira danada, eis o próximo pecado!
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