quinta-feira, 27 de agosto de 2009

QUEM É O SEU ESCRAVO?

Você maltrata alguém?
Provavelmente vai dizer que não.
Mas eu não acredito.
Com certeza você maltrata alguém.
Não existe pessoa no mundo que não tenha sua vítima predileta.
Pode ser uma senhora de 80 anos, sorriso agradável e óculos de grau. Ela também tem seu “escravo pessoal”.
Eu brinco com as pessoas que se acreditam imunes à maldade humana que elas possuem seus escravos pessoais.
O escravo pessoal é aquela pessoa que você raramente, eventualmente, ocasionalmente, freqüentemente ou constantemente trata com indiferença, descaso, desprezo ou até maltrata.
Você certamente não vai descobrir quem é essa pessoa de imediato.
Talvez diga: “eu nunca faria mal à ninguém”.
Mas procura vai! Pelo seu bem e dessa pessoa
É aquela pessoa que você pega no pé, dá lição de moral, manipula e até comanda abertamente.
Essa pessoa tende a ser submissa e obedecer as suas ordens. Normalmente você diz que tem “intimidade” para agir daquele jeito e que ela “não liga”.
Normalmente é uma pessoa próxima como a mãe, o pai, o marido, a esposa, o empregado, os filhos. Mas é alguém que você exerce poder.
Você já vai estar descobrindo agora e dirá: “mas não é por mal!” ou “eu tenho um bom motivo para agir do jeito que ajo” ou “você está exagerando”.
Se você tentar perguntar para a pessoa a opinião dela é provável que ela discorde e diga que você nunca a tratou mal. É mentira dela, no fundo está com medo de você.
Toda pessoa exerce domínio sobre alguém mesmo que seja falecido. A pessoa fica brigando pelo nome de um ente que já morreu ou briga pela honra da família ou por algum acontecimento passado.
Até pode sobrar para o cachorro. Mas com toda certeza você tem aquela pessoa que você “maltrata com amor”.
Se na dúvida não achar pode ter certeza que você é vítima de você mesmo. Você é o seu escravo pessoal que toma as chicotadas na consciência. Sente-se culpado, deprimido ou com medo.
Faça um favor para você e para o mundo, assuma o seu carrasco interior. Assuma também que você tem um instinto perverso por baixo dessa carapaça de bondade e ingenuidade. E pare de maltratar essa pessoa!
Pode respirar aliviado e dizer: eu faço parte da humanidade normal...
E tenha na ponta da língua a resposta: quem é o seu escravo pessoal?

5 comentários:

  1. É possível usar nós mesmos - ainda que pro um curto período - como nosso escravo? Ou seria essa mais uma desculpa para absolver-se da característica tão humana que é maltratar um semelhante?
    Parabéns pelo blog incrível. Passarei por aqui sempre que puder.
    Bia

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  2. Fico feliz que tenha gostado!
    A escravidão auto-imposta é um subterfúgio da realidade para uma escravidão imposta de forma passiva a outra pessoa. Por exemplo, uma pessoa que se deixa maltratar por alguém acaba de alguma forma também dominando aquele que o domina. é uma forma passiva de dominar alguém...
    Espero que tenha ajudado!

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  3. Adorei a imagem da Senhorinha com óculos de grau!
    Existe uma peça, que inclusive esta em cartaz que se chama "120 dias", com base no livro dos 120 dias de Sodoma, de Marquez de Sade. É uma peça que, a princípio, pode (e vai)chocar. Trata do jogo existente entre as Vitimas (abusadas sexualmente)e os Libertinos (abusadores). Mas, ao assistir novamente a peça, la pela terceira vez ,curiosamente, vc começa a se divertir juntamente com os libertinos ao inves de sentir pena. E percebe-se exatamente o jogo que existe nas relaçoes. E o mais curioso aí é pensar que: nao existe o libertino se nao existir a conivência da vítima, que o alimenta pra isso. Doido pensar por esse prisma nao é? porque vc pode ate desistir de maltratar a vitima, mas ela por algum motivo pode querer não deixar seu posto! Mas ok, a "vitima por vocação" ja seria um segundo tema né?

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  4. oi Fred,
    Parabéns pelo blog!
    Escravo pessoal? Agora vou ter que pensar sobre isso... De pronto não consegui lembrar quem é que eu ando torturando, mas com certeza existe sim.
    Há momentos em que me sinto uma pessoa muito má... Ainda bem que já aprendi que somos luz e sombra e tenho procurado encarar meus momentos "diabinho" com uma certa naturalidade.
    Vou pensar sim sobre esse assunto e prestar atenção em quem tem sido a minha vítima...
    abraços,

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  5. Luciana
    Com certeza existe existem vítimas por vocação, mas essa também é uma forma de exercer domínio sobre os doninadores!
    Ninguém escapa!

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