sexta-feira, 22 de abril de 2011

Loucos de pedra

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Acreditamos nos fantasmas que criamos
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Esses dias vi um louco na rua falando sozinho! Ele estava tão convicto do falatório que parei para observar a conversa animada. Era tão estranho que fiquei alguns momentos ali me deliciando com o acontecido. Ok, eu sou um psicólogo maluco.

Curiosamente eu estava passando por uma preocupação nada grave, mas que me roubou alguns momentos de paz habitual. Me dei conta de que em alguma medida eu era tão louco quanto o nobre maltrapilho ambulante.


Quantas vezes você já se debateu com suas próprias idéias, suando frio com possibilidades catastróficas que na maior parte das vezes não se concretizaram? Depois você se sentiu bobo por ter dado tanta importância para cada detalhe das suas fantasias.

Somo loucos de rua. Falamos sozinhos e acreditamos nos fantasmas que criamos.


Uma perda? Se torna real como uma alucinação de louco de pedra. Tentamos driblar a perda imaginárias, arranjamos argumentos, consolos e reunimos armas psicológicas para antecipar a dor inevitável que nos espreita.

Depois nos damos conta que o desgaste foi totalmente desnecessário. Mas pense na maluquice, acreditamos cegamente naquilo.

Brinco que isso é imaginite, uma inflamação que possuímos na imaginação, capaz de criar os piores cenários em questão de segundos. Nem o Quentin Tarantino escreveria um roteiro tão recheado de desgraça quanto somos capazes de fazer.

Mais estranho ainda é que nem pensamos que esse excesso de imaginação é o mais puro delírio sem sentido. Tornamos o imaginário em algo sólido como uma rocha, por isso, loucos de pedras. Todos nós no manicômio particular nos debatendo com nossas criações emocionais.

Tudo por um único motivo, nosso desespero em preservar nosso ego frágil. Ego, outra alucinação que criamos para ter um mínimo senso de identidade. Nosso medo de sentir nossa personalidade despedaçando é tão grande que criamos essa teia de argumentações insanas que chamamos de preocupações diárias.

Se pudéssemos deixar por alguns momentos essa noção de um ego que precisamos proteger talvez a vida fosse um pouco mais leve. Nada seria ferro e fogo, nem 8 ou 80. Seria como nuvens passageiras com as quais nos divertimos até que outra imagem apareça.

Que tal olharmos para a vida como brincamos com as nuvens? Sabemos que aqui não é um porco com chapéu em forma de algodão no céu.

Poderíamos tentar... Quem conseguir deixe seu depoimento aqui embaixo e relate!

8 comentários:

  1. Fred sempre me abrindo os olhos para uma visão mais clara e limpa de tudo!

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  2. Então, agora somos dois loucos lúcidos! Convide mais alguém para o time!
    Abraços, Fernando!

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  3. Quero ser uma louca com momentos de lucidez.. Posso entrar no clube dos loucos? rs rs

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  4. Por favor, Cleo, está convidadíssima! rsrsr

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  5. Este clube me pareceu muito interessante... Quero me associar também. Posso, Fred?

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  6. Nossa lendo o seu texto pude perceber que sou realmente louca de pedra...rs Sou uma louca lúcida e feliz, pois isso acontece não só quando estou preocupada ou em momentos ruins, mas também qdo eu quero muito algo. Vivo aquilo com toda a minha força, dou risada e choro... E essa é a minha lúcida loucura. Beijos

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  7. Devemos entoar o Hino dos Malucos???
    Que bom que você é um psicólogo maluco, pois acho que os que não são, não são bons psicólogos... Assim, eu também sou uma professora maluca e até aqui, é assim que tem dado certo...!
    Maluquice é fundamental!

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  8. Consegui deixar o Ego para trás (pelo menos por uns instantes hahaha) quando perdoei uma traição pela primeira vez. Traição de amigo mesmo.

    Depois disso, tudo ficou mais leve e mais fácil de se levar.

    O problema em conseguir isso é nos levamos à sério DEMAIS. Somos reizinhos com a coroa de papel no mundinho do nosso quarto.

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