terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Voice Dialogue ou Diálogo de Vozes e autoajuda

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Torna simples o tratamento com
os conflitos sem ser simplista
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Muitas pessoas têm me perguntado sobre o Voice Dialogue e para que ele serve.
Respondi ao e-mail de uma leitora com a seguinte resposta
O Voice Dialoogue é uma técnica criada por um casal de terapeutas Hal e Sidra Stone que busca trabalhar com nossas subpersonalidades. Essa técnica parte de uma visão junguiana (Carl Gustav Jung - psiquiatra suíço, criador do termo Sombra) que entendo o ser humano com múltiplas dimensões internas em que cada pessoa traz consigo múltiplas facetas da personalidade. Algumas delas seriam o Sábio interior, a Criança interior, a Sombra, a Anima, o Animus, o Crítico interno, o Jovem ousado e tantos outros.

Isso não tem nada a ver com o Transtorno de Múltiplas Personalidades, pois nessa visão da psicologia é natural que cada pessoa tenha uma múltidão dentro de si. Essa diversidade interna é que permite a riqueza e complexidade que nos torna humanos.
Diante das situações da vida cotidiana essas várias subpersonalidades acabam entrando em conflito e por esse motivo ficamos num impasse interior frente a certas decisões.
O Voice Dialogue ou Diálogo de Vozes procura dar voz a essas subpersonalidades ou partes nossas e assim criar um clima de ressonância entre elas.

Por esse motivo que não acredito em algumas fórmulas simplistas que ajudam o ser humano a resolver conflitos à partir de um único método, abordagem ou aconselhamento. O risco da autoajuda pode ser o de simplificar demais a natureza dos conflitos humanos em categorias como certo ou errado, feliz ou infeliz...

O Voice Dialogue respeita essa complexidade emocional ao mesmo tempo que torna simples o tratamento com os conflitos sem ser simplista.
É um trabalho muito rico que serve para questões de grande abrangência como questões amorosas, profissionais, espirituais, familiares...
O melhor é que pode ser um trabalho focado de alguns encontros, diferente da terapia.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tortura emocional e autoajuda

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O maior torturado de um
torturador é a própria consciência
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No artigo do “Desafio do mal” eu pedi que as pessoas confessassem qual o maior mal que já fizeram na vida. Agora vou escrever sobre cada um dos comentários.

Anônimo 3 - de 4 de novembro disse... A minha maior maldade é a tortura emocional que eu faço com todos a minha volta. Colegas de trabalho principalmente. Faço absoluta questão de fazer com que eles se sintam um imbecis. Depois me sinto mal, mas assim que tenho outra oportunidade repito tudo de novo.


No livro de autoajuda "Por que fazemos o mal?" falei sobre ser engolido pela sombra:
"O ditado popular diz que cuspiu no prato que comeu, aqui eu diria que comeu no prato que cuspiu. No momento em que são engolidas pela sombra é como se tivessem sido “possuídas” por uma personalidade paralela que é responsável por todo o trabalho sujo. "

Muitas vezes nós temos uma pequena consciência do motivo que nos leva a fazer o mal.

No caso dessa pessoa em questão o depoimento dela me parece que ela tem pouca clareza do porquê das suas atitudes.

Talvez esteja imbuida de uma justificativa de corrigir a burrice alheia.

A sombra dela é a burrice, o que quer dizer que ela teve que superar muitos obstáculos intelectuais para vencer a si mesma. E após tantos embates internos se sentiu no direito de provar quanto os outros são imbecis.

Quando aprendemos a lidar com nossa burrice interior naturalmente os erros alheios nos incomodam menos.

Olhe para seu lado intelectualmente depreparado, perceba que existem áreas de sua vida em que você seria considerado um analfabeto. Por exemplo, uma pessoa pode ser intelectualmente brilhante, mas emocionalmente ignorante. Uma analfabeta emocional que sequer consegue expressar com refinamento qual emoção predomina em certa circunstância.

Como essa pessoa tortura os outros eu deduzo que ela é maior torturada, pois não se permite falhas. Sua condenação dos outros pesa sobre si mesma.

No fim, o maior torturado de um torturador é a própria consciência.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Por que damos esmola?

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Nos constrangemos da
nossa própria necessidade interior
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Desde que comecei o trabalho com minhas sombras eu não dou mais esmola.
Por que fiquei desumano? Egoísta? Insensível?
De forma alguma, mas em contato com minhas sombras eu consigo ver além do que meus olhos enxergam.
A mendicância não é uma prática nova. É uma profissão antiga. Em reportagem recente da Veja São Paulo fizeram uma análise de alguns pedintes. Perceberam que eles viviam de forma confortável com as esmolas que recebiam.
Pessoalmente, eu não concordo com esmolas, pois estimula uma prática que não promove evolução real. Prefiro fazer trabalho voluntário e doações para entidades filantrópicas realmente sérias.
Mas a sensação de dar esmola é quase irresistível.
Pelo simples fato de que não conseguimos resistir ao pensamento de que seríamos egoístas caso negássemos uma ajuda a uma pobre pessoa necessitada.
Podemos racionalmente até saber que aquela pessoa é um falso pobre ou aleijado, mas o peso que a culpa tem é capaz de fazer vergar no chão qualquer brutamontes.
Não gostamos de nos sentir mal ou maus. Além disso, na maior parte das vezes nos projetados na figura do necessitado e nos constrangemos da nossa própria necessidade interior. Não conseguimos recusar um pedido de nosso mendigo interior. Aquela parte sombria de nossa personalidade que tem uma voracidade e carência terrível e não pode ouvir um não.
Não falamos não para o pedinte, porque não gostamos de ouvir não da vida.
Você suporta ouvir um não?

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Negação e autoajuda

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Sem perceber você será
levado de volta para o presente
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No artigo do “Desafio do mal” eu pedi que as pessoas confessassem qual o maior mal que já fizeram na vida. Agora vou escrever sobre cada um dos comentários.

Anônimo 2 - de 4 de novembro disse...
Minha maior maldade foi na infância, adorava arrancar as pernas das formigas uma a uma. Já tinha me esquecido disso. Será que é bom lembrar das maldades que fizemos ou sepultá-las no esquecimento? Parece que trazer a tona essas lembranças faz-nos sofrer, até quando...?

No livro de auto ajuda e psicologia "Por que fazemos o mal?" falo sobre negação
“Negar um assunto, acontecimento ou característica só prolonga o sofrimento de vivê-lo. Acreditar-se mais do que é ou menos do que poderia ser não torna você realmente grande ou pequeno”

A negação de algum acontecimento passado, ao contrário do que pensa a maioria não alivia o sentimento passado. É como se você deixasse a massa do pão descansar com fermento, em uma hora estará o dobro de tamanho.
A diferença entre um luto bem vivido e um mal vivido é sutil.
O luto mal vivido é cheio de lamentação, choramingos, revolta e dramaticidade. E dessa forma tentamos criar barreiras emocionais para não reviver aquela dor. Mas ela permanece lá, à espera de ser olhada com carinho, segurança e amor.
O luto bem vivido é silencioso, com lágrimas profundas e até um sentimento inicial de desolamento. Quando esse sentimento é realmente vivenciado cria uma sensação de pesar que vai sendo lentamente substituída pelo reencanto da vida.
A negação não permite esse reencantamento, ela induz à uma sensação de paralisia emocional que bloqueia todos os canais da vida. É como conviver com um elefante colorido no meio da sala e fingir que ele não está lá.
A pessoa que nega o passado normalmente revive o pesadelo do passado como se fosse o presente.
Trazer a tona as lembranças e olhá-las com carinho é respeitar aquela pessoa que fomos e que merece toda a nossa compaixão sincera. E não importa quantas vezes voltemos para abraçá-la, pois em algum momento ela irá retribuir a atenção com uma doce e suave despedida.
Sem perceber você será levado de volta para o presente sem esforço e aquela impressão ruim ficará como algo realmente do passado!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Culpa e autoajuda

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O mal imaginado é menor
que o falso bem realizado
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No artigo do “Desafio do mal” eu pedi que as pessoas confessassem qual o maior mal que já fizeram na vida. Agora vou escrever sobre cada um dos comentários.

Anônimo 1 - de 3 de novembro disse...
Já fiz tantas maldades, desde sempre, que me é difícil escolher uma.O que me incomoda é não saber do que sou capaz; de não conseguir controlar os meus instintos, num determinado momento, e de vir a sofrer a vida inteira, pelo mal que fiz e/ou causei, e pelo juízo que possam fazer de mim.A minha maior maldade é de não assumir as maldades. Temo ser capaz de tudo. Porém, luto por gostar de mim e de viver em harmonia com os demais.abraço

No livro de auto ajuda e psicologia "Por que fazemos o mal?" faço um alerta importante sobre a culpa.

“Há uma grande diferença entre sentir culpa e assumir a culpa.
Quando você se sente culpado sua fala é cheia de lamentação e vitimosidade. Você quer fazer a roda da vida girar para trás e começa a condenar moralmente uma atitude tomada há muito tempo. E julgar-se moralmente pelo passado é uma forma de enlouquecer, pois voltar no tempo é impossível. E essa prepotência pode fazer sua vida paralisar por muitos anos.
Mas quando você assume a culpa e percebe a seriedade do prejuízo, a culpa cede lugar a uma consternação silenciosa. E esse sentimento é realmente curativo. Depois do mal cometido é preciso que a dor e não a culpa tenha lugar no seu coração.”

A pessoa que realmente se responsabiliza sobre aquelas maldades que cometeu raramente reincide. Ela se torna mais compenetrada sobre suas atitudes e, portanto, acaba rastreando dentro de si mesmo algum sinal de alerta de um mal que se aproxima.
Você passa a ter um radar para maldades internas e externas. E não se penitencia sobre as próprias atitudes, mas se torna consciente de cada movimento sombrio.
Normalmente a pessoa que tem medo de fazer alguma grande bobagem pode cair em duas opções. Ela não é capaz de fazer nem 10% do que pensa que poderia fazer. Ou ela é uma pessoa realmente capaz de tudo, e provavelmente essa pessoa não estaria lendo sobre esses assuntos.
Normalmente nós superestimamos nossa capacidade de fazer o mal e subestimamos nossa ação maldosa real. Aquilo que consideramos um mal normalmente é menor do que consideramos algo bom. É estranho, mas tenho observado isso. O mal imaginado é menor que o falso bem realizado!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Geyse e Uniban

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Pois quando apedrejamos moralmente
Geyse (...)estamos renegando
o nosso próprio exibicionismo,
desejo e sensualidade.
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No livro de auto ajuda e psicologia "Por que fazemos o mal?" comento sobre a 3a lei da sombra que se intitula
"A sombra pode ser projetada no outro"

"Um dos mecanismos que utilizamos para fugir das sombras é projetá-la nos outros.
É como se houvesse uma novela diante dos olhos. Você fica bravo com o bandido e feliz quando o mocinho vence. No entanto, essa novela se passa em sua cabeça.
A dificuldade de olhar para as imperfeições (e cada um cria a sua) faz com que você olhe esse espetáculo de uma platéia onde tudo é confortável.
Toda vez que você fofoca sobre o azar do vizinho ou do colega de trabalho está na verdade falando de si mesmo.
Você pode passar uma vida inteira vendo a sua sombra (e chance de evolução) rondar seus passos e fingir que o problema está nos outros.
Talvez agora esteja se perguntando, então, tudo o que me incomoda nos outros é minha sombra?
A resposta é sim e não. Sim, pois se isso te incomoda e afeta descontroladamente é sombra."


O acontecimento envolvendo a estudante da Uniban trata de um fato psicológico que se tornou um problema de ordem social.
Esse texto não é uma análise político-social sobre quem tem razão, é apenas uma análise psicológica.
A idéia de que uma mulher provoque a libido e raiva nos outros é contraditória.
De um lado os homens adoram esse comportamento provocativo nas mulheres, no entanto recriminam essa atitude como se fosse de uma vagabunda.
O homem ama e odeia as mulheres que provocam seus desejos. Desejam e se intimidam com esse tipo de ousadia. Só a eles e autorizado o comportamento ativo na conquista sexual.
No caso das mulheres também causa ambiguidade. De um lado elas desejam atrair fisicamente o olhar dos homens, no entanto, não querem ser só vistar como corpo. E da mesma forma com que provocam os homens não gostam de outras mulheres que fazem o mesmo. Consideram a si mesmas como sedutoras discretas e meigas e classificam as rivais como vadias vulgares.
É estranho como lidamos com esse tipo de situação.
Pois quando apedrejamos moralmente Geyse ou qualquer mocinha voluptuosa da vizinhança estamos renegando o nosso próprio exibicionismo, desejo e sensualidade.
Na verdade ainda temos receio de nossos impulsos. Não gostamos de ver a sensualidade escancarada à céu aberto e acabamos condenando uma pessoa que nos lembre que o desejo é real.
Somos seres sexuais, além de intelectuais.
Colocar uma hierarquia nessas dimensões seria como dizer que a audição é mais importante que a visão e vice-versa.
É curioso também perceber como sob determinadas circunstâncias podemos fazer o mal. Agir junto com uma turba de alunos descontrolados com ameaças físicas e verbais contra uma pessoa.
Justificados por receber uma agressão de um tipo de roupa dita inadequada ou um comportamento dito exageradamente provocativo (do alto da boa moral e dos bons costumes) agiram de uma maneira desproporcionalmente violenta contra uma pessoa.
Pessoas ditas boas e justas podem ser tão impiedosas quanto aquelas que condenam.
Talvez a história de Geyse nos ajude a perceber o quanto ainda guardamos sérias condenações no que se refere à sexualidade, a como a exibimos e como somos vistos pelos outros.
Bela sombra!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Desafio do mal!

Vou lançar um desafio nesse blog...
Você irá colocar um comentário anônimo e confessar:
QUAL FOI A MAIOR MALDADE QUE VOCÊ FEZ NA SUA VIDA?
Depois do décimo comentário eu vou começar a selecionar a melhor maldade até que eu eleja uma delas e escrever um texto a respeito!
Não postarei mais nenhum texto até ver 10 comentários no blog.
Se eu vou colocar qual foi minha maldade?
Sim, mas será entre os anônimos.
Qual é a graça de confessar publicamente?
Aguardo os comentários!

Beijos e abraços!

Frederico mattos

sábado, 31 de outubro de 2009

Animais de estimação e a sombra

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Uma grande carência de uma
sociedade que não suporta
mais contato humano
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No livro de auto ajuda e psicologia "Por que fazemos o mal?" falo sobre a 3a lei da sombra que diz "A sombra pode ser projetada no outro ", esse texto fala sobre isso.
Se você não tem um animal de estimação tenha. Está na moda ter um pet.
Em épocas que livros com cachorros, gatos, papagaios, leões, elefantes, hipopótamos, macacos vendem como água (que inveja!) você precisa entrar para essa tribo.
É curioso como os animais de estimação estão sendo promovidos a semi-deuses domésticos. Eu adoro eles, nada contra, mas é de se estranhar que um cachorro tenha uma cama maior do que qualquer filho de classe média teria.
Noto nessa idolatria pet uma grande carência de uma sociedade que não suporta mais contato humano. É tão insuportável conviver com as frustrações humanas que as pessoas preferem adotar um relacionamento “íntimo” com um animal.
Essa idéia foi celebrizada por uma artista que disse "quanto mais eu conheço os homens, mais eu gosto do meu cachorro".
É fácil, pois o bicho não resmunga, não se magoa, não questiona, não deduz, não imagina o que você está pensando e portanto, reage conforme suas expectativas e desejos.
Provavelmente a pessoa que adora animais deve estar pensando agora “esse Fred não deve ter um pet para falar isso, é lógico que eles pensam e sentem...”
Nada mais bonito que a projeção psicológica para fazer alguém acreditar que o animal sente e pensa como um humano.
Todas as fantasias não realizadas, sonhos frustrados, maternidades mal elaboradas encontram na petlândia um terreno propício para verdadeiros shows de horrores.
Os animais depois de um tempo escravizam seus donos. O cientista é dominado pelo monstro que criou.
Isso não é uma visão pessimista da situação, mas é um retrato de como nos distanciamos de nossa essência humana. Esse é um sinal de nossa intolerância e busca de relações idealizadas. No fundo nos sentimos frágeis e vulneráveis diante de relações humanas reais, não queremos nos arriscar. Preferimos um ser (e eles são adoráveis, por favor tenha um pet) que apenas responde do que um ser que reage de forma independente e pode nos machucar.

Estamos com um sentimento de isolamento existencial enorme. Mas a solução não é a negação. Não adianta ficar sentado em cima do elefante, pois ele não irá desaparecer. Se procuramos realmente uma conexão verdadeira precisamos nos movimentar nessa direção e sermos humanos também. Apenas receber um amor incondicional não basta.

É a sombra dominando mais uma vez!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mãe, cuidado e inveja

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Muitas mães escondem atrás
dos cuidados a inveja
que têm dos filhos
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Vou tratar de um assunto polêmico. (para variar)
Um paciente de seus 20 e poucos anos se queixou do excesso de cuidados de sua mãe zelosa.
"Cuidado com a chuva", "não vá correr no trânsito", "Não seja tão afoito", "não faça nada que depois vá se arrepender".
À primeira vista parece um cuidado carinhoso com o bem estar do filho, mas se olharmos com mais cuidado notaremos uma dose de pessimismo nessas frases de cuidado.
O medo subliminar provoca mais paralisia do que amor. Por trás das frase de cuidado lemos na legenda "vai chover e você vai ficar doente", "você vai sofrer um acidente porque é descuidado e incompentente, eu não confio em você no volante", "você só se mete em bobagens e eu não confio na sua capacidade de decisão e escolha!", "você não pode se arriscar na vida, eu não me arrisco e portanto você também não pode se arriscar, pois vai dar tudo errado".
É estranho dizer, mas como as pessoas deixam de tomar atitudes realmente ousadas na vida elas começam a dar "bons conselhos" para os outros incentivando com amor.
Mas honestamente mãe do meu Brasil, que forma de amar mais "desgracenta".
Amor é cuidado e lucidez e não medo. Muitas mães escondem atrás dos cuidados a inveja que têm dos filhos por eles estarem jovens e fazendo coisas que os pais jão não tem coragem de fazer.
Assuma para si mesmo "eu não tenho coragem de me arriscar mais na vida, mas não posso tirar o direito do meu filho se arriscar, preciso conter minhas recomendações".
Lembre-se que você não tem uma bola de cristal e nem todo o risco resulta em desgraça.
Como seria então uma boa recomendação de mãe.
Seria algo do tipo "o tempo está estranho hoje, será que vai chover?", "eu fico mais segura quando vejo você se cuidando", "eu admiro seu jeito de ser independente e tentar novas possibilidades", "è importante tentar coisas novas, a gente sempre tira um apredizado de tudo!"
O amor com consciência e cuidado!
Mas tenho certeza que se você olhar para o seu autocuidado e viver plenamente com certeza você irá ficar feliz com as ousadias de seus filhos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O trânsito e a sombra

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Os demônios interiores
afloram ao ronco do motor
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No livro de auto ajuda e psicologia "Por que fazemos o mal?" comento sobre a repressão dos sentimentos. Esse texto trata disso!
O trânsito de São Paulo é caótico. No entanto, acho que a coisa mais caótica do trânsito é o motorista paulistano.
O sujeito está dentro de um carro (e sempre acha que o seu é o melhor e mais possante) e se sente blindado e imunizado de qualquer reprimenda moral.
Buzina como uma criança desaforada. Acelera sobre os carros menores como se fosse um cachorro violento. Grita palavrões como se estivesse no quintal de casa (nem lá seria tão grosseiro).
Por que razão?
Pelo simples motivo do anonimato escondido na lataria possante.
A sombra come solta nas ruas paulistanas. Tudo que aquele homem recatado seria incapaz de fazer à pé ele realiza atrás do volante. As mulheres que quando caminham são tão doces viram verdadeiras guerreiras amazonas sobre quatro rodas.
Os demônios interiores afloram ao ronco do motor.
O motorista paulistano sofre do que chamei a “Síndrome de Ambulância”. Ele acredita que tem o mesmo privilégio que uma ambulância que carrega um moribundo. Mas a pessoa prestes a morrer é o motorista ao lado.
O sujeito acelera em cima dos outros carros como se fosse o dono da avenida. Ele se sente no direito de aterrorizar porque está com pressa. Simples motivo. Mas ele se esquece que todos estão com pressa.
Na sua fantasia ele gostaria que todos os carros abrissem passagem para a vossa realeza passar com a carruagem majestosa.
Felizmente, o trânsito de São Paulo é justo com todos. Todos chegam atrasado!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Eu tenho medo das pessoas boas

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As que se acham boas
normalmente são as
que mais agridem
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Depois do lançamento do livro de auto ajuda e psicologia "Por que fazemos o mal?" muitas pessoas vieram me perguntar "por que fazemos o mal?"
Essa pergunta não tem uma resposta simples e nem curta, mas posso dizer que na maior parte das vezes fazemos o mal porque pensamos fazer o bem.
Eu sempre confio mais em quem se assume um pouco torto do que naqueles que se entitulam corretos!
As pessoas "boas" sempre tem uma boa razão para agir de todas as maneiras. Elas se autorizam agir de uma forma dura e até reativa porque julgam agir bem.
Mães que sufocam os filhos a pretexto de educar.
Amigos que passam amigos para trás com a idéia de que eles vão compreender.
Maridos que destratam a esposa por achar que cumpre com seus deveres maritais.
Mulheres que maltratam o marido com a justificativa de colocá-lo nas rédeas.
Chefes que humilham empregados para explicar o atingimento de metas.
O problema é que esse é o começo da história. Com o tempo aquela brechinha moral se torna um abismo.
Depois de ter uma boa razão para "educar" alguém a pessoa começa a destratar até maltratar. Então, o mal está feito.
Aquelas pessoas que se admitem invejosas ou peçonhentas normalmente são as que mais procurarm se educar para que as garras não apareçam.
Mas aquelas que se acham boas normalmente são as que mais agridem com uma boa justificativa como pano de fundo!
Eu tenho medo delas!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Agradecimento

Agradeço a todos que compareceram no dia do lançamento do meu livro!
Espero que estejam gostando da leitura e por favor dêem seus feedbacks e divulguem o livro!
Depois informo outras formas de adquirir o livro!
Você pode adquirir pessoalmente no
Instituto Evoluir que fica à Rua Fernandes Pinheiro, 295 - Tatuapé - São Paulo.
Ou
enviando um e-mail para mim no porquefazemosomal@yahoo.com.br
Ou
Pela livraria virtual Asabeça
http://www.asabeca.com.br/detalhes.php?prod=4948&kb=852
Em breve no site da livraria Cultura!
E se você tiver contato com algum dono de livraria e quiser apresentar o livro, por favor entre em contato!
Abraço a todos, e depois coloco as fotos!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Hippies X Capitalistas

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Um é o espelho invertido do outro
e ambos têm algo em comum
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No livro de auto ajuda e psicologia "Por que fazemos o mal?" comento sobre "Vender a alma ao diabo", esse texto trata disso.
Eu acho curioso algumas coisas (acho muitas coisas curiosas). Algumas pessoas são tão preocupadas com o mundo material e outras tão preocupadas com o mundo espiritual. E na maior parte das vezes uma acaba virando um pouco da outra.
Quantas pessoas você conhece que um dia já foram hippies e hoje são workaholics. E pessoas que grande notoriedade e proeminência financeira que deixaram tudo e foram se dedicar à buscas espirituais?
Chego à conclusão, que no final das contas um é o espelho invertido do outro e ambos têm algo em comum: fogem da vida comum.
O chamado capitalista extremo foge da vida comum buscando um mundo material onde ele não seja privado de nada e não passe nenhum desconforto ou frustração.
O chamado espiritualista extremo foge da vida comum transcendendo o mundo material em busca de um mundo espiritual cheio de paz e com uma plenitude imune a qualquer desejo perturbador ou fracasso pessoal.
A cura para ambos seria mergulhar um pouco na vida como ela é.
Uma dose de céu para o capitalista e uma dose de terra para o espiritualista.
Todo extremo contém em gérmen o seu pólo oposto e mais dia menos dia um irá se converter no outro. Essa conversão radical é sinal de cura?
Nem sempre, pois qualquer extremo radical esconde uma sombra oposta muito densa...
No momento que o capitalista ouvir sua sombra desapegada talvez consiga ter uma vida menos estressada e mais equilibrada. E na hora que o hippie new age ouvir sua sombra materialista é possível que sua vida prática, social e financeira se ajuste melhor na realidade que vivemos.
Os familiares certamente irão agradecer essa dica. “Nem tanto ao céu e nem tanto a terra”, já dizia o ditado.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cartomantes, simpatias e macumbinhas

Quem nunca foi ou sentiu curiosidade de ir em algum cartomante?
Adoro as cartomantes, nada contra, mas o que leva as pessoas a tentarem descobrir a qualquer custo o que lhes acontecerá no futuro?
E quem nunca fez uma simpatia? Daquelas de colocar o nome da pessoa amada num papel e depois beijar e jogar no mel (acabei de inventar uma)...
Ou quem nunca ficou morto de curiosidade em ver se uma boa macumbinha iria resolver o desemprego ou trazer de volta a pessoa amada?
O que leva algumas pessoas a querem manipular ou prever o destino de suas vidas?
Acho que dois fatores, elas não confiam na vida e não confiam em si mesmas.
Não confiam em si mesmas, pois acreditam que uma pessoa ou seres com poderes especiais (não estou questionando os poderes de ninguém...) seriam capazes de alterar o rumo das coisas.
É uma crença ingênua num poder exterior a si mesmo que não existiria sem aquele elemento mágico. Isso esconde uma crença secreta de que os nossos desejos têm que ser atendidos de um jeito ou de outro, à qualquer custo.
Na medida que a simpatia ou o despacho for realidade eu posso interferir no destino, na vontade e na ação de uma outra pessoa. É uma sombra de onipotência. Elas se esquecem que o universo não privilegia ninguém. Ninguém passa na frente da fila. Cada um tem seu momento e seu lugar.
O futuro é resultado de uma série de ações no momento presente. Na medida que você se põe à caminho no fluxo da vida qualquer benção ou benefício cósmico chega até você de um jeito ou de outro. Não é preciso dobrar o tempo ou o espaço para que seu desejo ocorra.
Deseje e trabalhe, mas se nada funcionar tenha humildade e comece a rever seus desejos e analise se seu desejo de felicidade inclui a felicidade de outras pessoas...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Os capítulos do livro

Só para deixar uma curiosidade!

Apresentação
Introdução
Conceito de sombra
As várias caras da sombra
Máscara
O mundo das sombras tem as suas leis
A sombra no dia-a-dia
Sobre a mente criminosa
Alerta importante – sobre a culpa
Sobre os sentimentos
Por que nunca tenho sucesso?
Sombras em casal
Sombras familiares
Sombras profissionais
Agressividade
Sexualidade
Dinheiro
Existencial
Vender a alma ao diabo
A sombra de nossos tempos
Afinal, o que é o mal?
Qual o limite do mal?
Para quem quiser trabalhar com a sombra
O que as sombras escondem de bom
Paradoxo: o bem e o mal
Benefícios de integrar as sombras
Exercícios· Básico Intermediário Avançado
Conclusão
Filmes indicados
Indicação de livros

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O nome e a sombra

Você já se perguntou sobre a história do seu nome?
Eu já fiz muitas vezes essa pergunta para meus pais e a cada vez que pergunto conheço uma história reveladora sobre minhas sombras.
“Mas até nisso existe sombra, Fred?”, você está se perguntando.
Se eu pensar que a sombra inclui tudo aquilo que me diz respeito mas é inconsciente e velado a mim mesmo, sim, seu nome também carrega uma sombra.
Meu nome, por exemplo, Frederico significa “Príncipe da Paz”. Quer coisa mais metida do que essa? É quase um insulto de tão prepotente que quer dizer esse nome. De fato eu sempre me meti nas brigas dos meus pais (quem nunca fez isso...) porque eu queria que eles se dessem bem a todo custo.
O príncipe da paz sempre se incomodou com pessoas fazendo escândalos ou brigando. Eu sempre quis me preservar de relacionamentos agressivos. E qual é a sombra por trás disso? A agressividade, a briga e a guerra. São coisas que eu preciso me manter sempre alerto, pois meu lado pacífico esconde uma grande propensão para a agressividade e os chutes por debaixo da mesa.
Eu acabava reprimindo minhas raivas, mas elas se manifestavam em forma de teimosia, birra e mau humor. Não deixa de ser uma forma velada de agressão.
Se eu começar a falar sobre como meus pais escolheram o nome... Isso dá uma novela. A versão que minha mãe conta é que meu pai queria que eu tivesse o mesmo nome dele. Mas, então eu chamaria André Neto. Para amenizar ela me deu o nome de Frederico André. Mas meu pai teve um colega de trabalho que ele não gostava com esse nome, mas acabou aceitando. Detalhe... Minha irmã chama Andréa. Original!
E tem mais, minha mãe teve um paquera na adolescência dela com o nome Frederico. Além disso, ela adorava o nome do famoso pianista Frederic Chopin, por sua música espiritual.
Qual a sombra disso? Eu tinha uma certa rivalidade inerente com meu pai e queria casar com minha mãe. Que Complexo de Édipo escondido no meu nome, hein?
Mas tudo bem, depois de muita terapia isso foi se resolvendo e minhas sombras ligadas ao meu nome foram vindo para à luz da consciência.
Depois de me desnudar nesse texto espero que ele tenha esclarecido como podemos descobrir as sombras ocultas no nosso nome e sobrenome.

domingo, 18 de outubro de 2009

Ocultismo e sombra

Algumas pessoas têm uma fascinação por tudo aquilo que é oculto e místico.
Adoram conhecer sobre as forças mágicas da natureza. Ficam fascinadas pelo gosto dos astros, das ervas, dos encantamentos, magnetismos e tudo que revele um segredo oculto do universo.
Mas qual a motivação inconsciente dessas pessoas pelo oculto?
Na realidade, essas pessoas temem tanto o invisível que tentam a todo custo compreender racionalmente o que se passa numa realidade paralela.
Temem serem engolidas pelas forças mais avassaladoras que podem emergir do mundo oculto. Sua fascinação é uma forma de tentar domesticar os demônios indomesticáveis.
Sentem-se especiais, pois estão de posse de um conhecimento secreto e mágico que pode alterar o destino do mundo.
Essa sensação de ter um conhecimento encantado as faz sentir detentoras de habilidades únicas e maravilhosas. Como se possuíssem o dom de realizar grandes prodígios que só estariam reservados a elas.
A grande sombra dos ocultistas é fincar os pés na realidade e colocar sua vida material acontecer de verdade, mas há tanto medo em se subjugar pela matéria que acabam sempre viajando na maionese cósmica.
O curioso é que para quem tem intimidade com o mundo oculto, quase não é preciso se sentir arrastado para os conhecimentos mágicos. Mas são as experiências transcendentais que chegam até a pessoa.
Nilton Bonder, um reconhecido rabino judeu, trata muito bem desse assunto no livro “O sagrado”.
Vale a pena ler...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sombra e seres espirituais

Quero tornar esse tópico ecumênico, pois todas as religiões partem da idéias de que existem forças espirituais perturbadoras da ordem natural.
Cada religião oferece ampla informação sobre o assunto como formas de oração, esconjuro, exorcismo, trabalhos espirituais, enfim, muita maneiras de exterminar a ação de seres maléficos. Chamem esses seres de demônios, o Inimigo, diabo, encosto, exu ou obsessor.
Para agir sobre nós, essas mentes intrusas não trazem pacotes prontos com todas as tentações, idéias fixas e defeitos morais que nos atormentam. Toda forma de atuação espiritual repousa sobre nossas sombras.
Como inteligências do além, essas mentes intrusas se valem de tudo aquilo que te incomoda para perturbar suas melhores intenções.
Seria trabalhoso inventar novos elementos e estranhos. O processo de dominação espiritual parte de tudo aquilo que está reprimido em seu inconsciente pessoal e familiar.
Certa vez uma pessoa disse que estava enfrentando uma batalha espiritual. Em sua denominação religiosa lhe propuseram sessões específicas de oração e fervor para afastar a mente intrusa. Ele aceitou desesperadamente os pedidos do sacerdote, mas não conseguiu grande resultado apesar do alívio que sentiu. As mentes intrusas apenas fizeram “campana” em volta da sombra para poder criar desconforto e chegar a uma dominação mental. Quando tomou conhecimento de sua sombra, pôde fechar o espaço onde as mentes intrusas se instalavam para perturbar a consciência.
A tentação dos males espirituais é superada quando nós próprios olhamos a tentação de frente antes que as mentes intrusas o façam.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Diga-me com quem andas...

Diz o dito popular, "diga-me com quem andas e eu te direi quem és"
Sob o olhar da análise sombria eu diria que é "diga-me quem és e eu te direi com quem andas!"
Até que ponto fazemos concessões para estar com pessoas de comportamento duvidoso?
Você trabalha num mabiente tóxico, onde existem falcatruas, golpes e transações que comprometem o bem-estar alheio?
Está se relacionando com uma pessoa que engana, prejudica e maltrata os outros?
Tem intimidade com alguém que fala mal dos outros, está sempre praguejando e amaldiçoando a felicidade alheia?
Se você é tão respeitoso e bom, até que ponto você já não está contaminado pela atitude dessas pessoas?
Aquilo que chamamos de mal não é uma atitude anromal ou não-humana, mas ela é uma atitude sempre humana e com amplas justificativas. Todo criminoso alega uma excelente razão para cometer crimes.
Os criminosos não condenados pela lei também. Esses criminosos somos todos nós...
Será que você não se alimenta dos defeitos das pessoas que estão á sua volta como uma forma de negar seus próprios defeitos? Isso faz você se sentir superior? Será que você está ajudando o outro ou se alimentando dele?
Será que sua sombra fez um pacto com a sombra do outro?
Diga-me quem és e eu te direi com quem andas...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Perdão, mágoa e sombra - parte 1

Notei algo curioso sobre nossos comportamentos humanos: por que não conseguimos perdoar com facilidade?
O perdão sempre foi um assunto exclusivamente tratado no âmbito religioso.
Seria uma discórdia entre os homens e mediada por Deus, "perdoe para que Deus te perdoe".
Portanto, o perdão se tornava um ato religioso que envolvia apenas um movimento, perdoar o quanto antes.
O problema é que nas terapias individuais e de grupo conduzidas no Instituto Evoluir notei que o perdão não é um ato único e sim um processo psicológico de cura interior trabalhoso, com múltiplas etapas e profundidade.
O fato sombrio por trás da mágoa é: existe um prazer secreto no ressentimento que a pessoa magoada não consegue se desapegar.
O ressentido está numa condição de superioridade em relação ao agressor. Por ter se julgado ofendido o agredido permanece no seu posto privilegiado de cobrador. Ele passa a ter um crédito moral com o ofensor e isso confere poder a ele.
Internamente, a pessoa ressentida revive ou re-sente o conflito inúmeras vezes reforçando o quanto foi agredida, humilhada e o quanto sua mágoa é justificada. Crucifica muitas vezes o agressor e permanece congelada no tempo.
Seu sentimento passa a girar em torno do passado, e sua vida não flui naturalmente. Esse poder sobre o passado prende o ressentido infinitamente. Ele carrega o seu "agressor" dentro de si como um túmulo. Além da agressão sofrida o ressentido perpetua a presença do agressor por anos dentro de si.
Com isso o ressentido recusa viver plenamente.
Para começar a perdoar precisa se desapegar desse poder secreto que o ressentimento provoca!
Seguirei falando mais sobre o assunto!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Desejos e a sombra

Se você fosse perguntado sobre seus mais íntimos desejos certamente ficaria encabulado e diria que não os possui com tanta freqüência.
Para tentar diminuir essa sensação o psicanalista Brett Kahr fez uma pesquisa com mais de mil relatos de voluntários anônimos na Grã-Bretanha e obteve resultados surpreendentes. As pessoas têm fantasias sexuais muito mais do imaginamos e que na verdade confessam.
Isso me fez pensar um bocado, afinal, por que escondemos nossos desejos?
Os desejos sexuais eu até entendo, pois faz parte da vida íntima. Mas noto que as pessoas escondem os desejos de todos os tipos, e principalmente de si mesmas.
No último dia 2, 3 e 4 de outubro participei no Curso de “Propósito de Vida” que o querido amigo Marcelo Cardoso ofereceu no Instituto Evoluir. Aliás, de forma brilhante. Já é a quarta vez que faço esse curso para realimentar meu propósito de vida e ampliar minha visão a respeito dos destinos de minha vida pessoal e profissional.
Nesse curso o Marcelo incentiva às pessoas buscarem, entre tantos assuntos tratados, os seus desejos e sonhos mais profundos para lá descobrirem as pistas do seu propósito de vida.
A maior parte das pessoas parece que possuía sua capacidade de sonhar e desejar diminuída. Para suportar uma realidade enfadonha e insatisfatória elas preferiam renunciar aos seus sonhos do que buscá-los com a maior força da sua alma.
No primeiro artigo que postei nesse blog eu falei da ex-anônima Susan Boyle que após insistentes tentativas de se tornar notória ela finalmente foi descoberta num show de talentos britânico.
Por que imaginamos que coisas assim só acontecem na televisão e nunca em nossas vidas?
Será que precisamos passar uma vida inteira amargurados e conformados com uma realidade pobre de intensidade?
Será que o sonho não é uma força inicial de catapultar uma vida mais plena?
Será que aquilo que reprimimos como “ah, isso que eu penso ou desejo é bobagem!” na verdade não esconde o melhor de nós?
Nossa sombra não esconde nossa luz mais pura?
Certa vez um arqueólogo foi procurar um tesouro riquíssimo de um faraó numa pirâmide muito conhecida. Centenas de arqueólogos já tinham tentado achar o tesouro sem sucesso. Mais ele conseguiu achar. Quando questionado pela mídia sobre qual tinha sido o segredo do seu sucesso ele respondeu: “eu segui o caminho que todos seguiram, pois observei para onde uma bela estátua apontava e nada encontrei. Resolvi fazer diferente, pois havia uma vela perto da estátua e sua sombra indicava outro lugar. Pois o tesouro estava onde a sombra da estátua apontava!”
Essa história é inspiradora! Talvez a maior da beleza que você tem dentro de você esteja escondida nos escombros dos seus desejos mais secretos.

domingo, 11 de outubro de 2009

O ouro da sombra

Você já deve ter se pego pensando naquela pessoa que admira profundamente e até teve um pouco de vergonha por achar que sente inveja.
Mas pense nas pessoas que você admira. Enumere as características delas num papel. Não tenha receio de parecer invejoso. Sua admiração nem sempre é uma inveja.
Vou dar um exemplo pessoal. Desde o primeiro dia que conheci essa pessoa minha admiração foi imediata. Ela é super-competente, admirada, carismática e de um ternura profunda e legítima com as outras pessoas.
Durante muitas situações me recriminava por não estar à altura dessa pessoa. Me sentia em dívida comigo mesmo.
Mas durante uma reflexão sobre o desempenho dela e o meu, notei que eu, à minha maneira, também possuía aquelas características que tanto admirava nela. Em diferente proporção, intensidade e qualidade eu também era uma pessoa competente no que fazia, admirado por isso, carismático no falar. Só me faltava colocar mais para fora meu sentimento de ternura. Eu sentia ternura, mas não deixava muito explícito.
Quando percebi isso notei que eu tinha um tesouro escondido dentro de mim. E mais ainda, eu acabava só enxergando esse tesouro naquela pessoa que eu admirava.
O ouro da sombra é isso! Um potencial que você possui dentro de você mais que é subutilizado ou negligenciado. Eu falo sobre isso no livro “Por que fazemos o mal?” quando trato sobre as várias caras da sombra.
A sombra nem sempre é um traço de personalidade indesejável ou repugnante (do ponto do vista moral), mas é também uma característica que eu passei a banalizar ou deixar de lado por algum motivo.
No meu caso, eu fui criado pelo meu pai de tal forma que não pudesse ser muito terno com as pessoas. E, além disso, deveria ser mais frio e racional.
Faça esse exercício com você mesmo, imagine essa pessoa que você admira ou algum ídolo e descubra o tesouro que existe escondido em você!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Frase de Jung

Todo homem tem uma sombra e,
quanto menos se incorporar à sua vida consciente,
mais escura e densa ela será.
De todo modo,
ela forma uma trava inconsciente
que frustra nossas melhores intenções.”

Carl Gustav Jung


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Verdade ou mentira?

Quando você está convivendo com alguém o que você prefere: ouvir a verdade ou a mentira?
A maioria vai responder: A VERDADE!
Eu tenho minhas dúvidas.
Eu percebi ao longo do tempo nos atendimentos de terapia que fiz que a maior parte dos problemas que temos são recusas a enfrentar a verdade.

"Onde você esteve?" - pergunta a namorada para o namorado.
"Estava na casa da minha mãe, ela estava doente, fui visitá-la!" - responde ele.
"Você está me falando a verdade?" - insiste ela.
"Claro, meu amor, eu nunca mentiria para você" - replica maliciosamente.
Ela não insiste na conversa, fica emburrada e depois esquece o assunto.
Será que ela queria ouvir a verdade: "Saí com meus amigos, falamos um monte de m#*, flertei algumas meninas só para sentir que ainda sou um caçador, nada a mais. Bebi além da conta, vomitei na porta da balada, mas me levaram de taxi. Dormi, fiquei numa boa e está tudo bem entre nós, continuo te amando. Mas estar com meus amigos é um prazer incomparável. Do mesmo jeito que estar com você é muito bom!"

Honestamente não sei se ela gostaria de ouvir tudo aquilo. É a mais pura verdade, mas ela não gostaria de ouvir. Vamos a outro exemplo.

"Mãe, você ama mais eu ou minha irmã?" - pergunta o filho adolescente.
"Amo os dois da mesma forma, que pergunta mais boba!" - responde com um sorriso amarelo.
Será que o filho gostaria de ouvir a verdade?: na verdade eu tenho muito mais afinidade com sua irmã. Pois você me lembra o dia que descobri que estava grávida e seu pai me tratou como se eu fosse um lixo e disse que ia me deixar. Tive que engolir tudo sozinha. Sua avó quase me expulsa de casa e disse que eu sou uma vagabunda. Depois tive complicações no parto, quase morri, me arrependi profundamente de que você nasceu. Você foi um bebê difícil e irritado, eu queria te esganar. Depois você tirou minha paz e agora é um adolescente revoltado que me culpa por tudo. Te aguentei esses anos todos e você é um ingrato. Com certeza gosto mais da sua irmã do que de você!"

Verdade difícil de falar e de ouvir...
A maior parte da verdade que dizemos que queremos ouvir ainda não estamos preparados para encarar. As verdades contem uma dose de dureza e dor que mal suportaríamos.
Por essa razão preferimos as mentiras agradáveis do que verdades dolorosas. Vamos nos contentando com meia-verdades sobre os outros e sobre nós mesmos para suportar uma vida, em sua maioria, árida e cheia de desafios.
Os que acreditam que suportam a verdade, costumam estar muito endurecidos, combativos e pessimistas. Pois no fundo todos querem conviver com uma dose de encantamento na vida.
Os moralistas ficarão chocados com isso, mas preferimos as mentiras agradáveis do que a verdades dolorosas.
Precisamos manter o encanto da caminhada enquanto ela não chega no final.
Viva bem com algumas verdades parciais até desenvolver a maturidade de ouvir a verdade por inteiro!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Palavrão e a Sombra - Parte 3 (última)

Esse é o último artigo sobre palavrão, a mente humana e a sombra.
O insulto CORNUDO ou CHIFRUDO associa a traição com os chifres de animais. Curiosa associação de uma aparente fraqueza da pessoa dispensada ou trocada com os animais de chifre que são em sua maioria símbolos de força, vigor e instintividade. A mácula causada por esse xingamento é o de colocar o homem traído na condição de impotente na competição machista por fêmeas. “Não deu no couro” por isso levou um CHIFRE ou PERUCA DE TOURO. E isso é usado exatamente pelo fato do touro-chifrudo ser o macho que acasala e é viril, enquanto o boi é o macho castrado para ser submisso, servil e pronto para o abate. É uma ironia do termo. O macho viril foi trocado por outro ainda maior. A traição fere o sentimento de sua vítima seja homem ou mulher, mas há uma diferença venal: a traição cometida pelo homem é veladamente aprovada como manifestação de vigor masculino e a feminina é execrada como mal imperdoável e digno de morte.
Existe uma ambigüidade tripla inconsciente nesse insulto. Primeiro, os homens ridicularizam em tom ameno os companheiros do mesmo gênero vítimas do CHIFRE para manifestar consolo já que temem chegar seu dia, segundo, aprovam, pois pode chegar o dia que sobre um pedaço da carne da mulher alheia no seu quintal, traduzindo um estímulo a promiscuidade feminina para facilitar a vida de todos os homens num coletivismo de gênero sórdido (se há o corno, há o RICARDÃO) e terceiro uma desaprovação quanto à cobiça de sua própria parceira. Conflito instalado: ele acolhe ao mesmo tempo que estimula e simultaneamente desaprova.
Por fim analisemos os termos VADIA, VAGABUNDA e GALINHA que desqualificam frontalmente a liberdade de ação sexual das mulheres. Liberdade sexual masculina é natural, a feminina é promiscuidade e safadeza. VADIA e VAGABUNDA associam a prática livre do sexo com parceiros diferentes com a ociosidade de quem não tem o que fazer. É um mandato inconsciente e coletivo “mulheres que não tem o que fazer deitam-se com qualquer um”, mesmo que esse qualquer um possa ser eu.
Linguagem cria realidade e o palavrão denuncia as realidade que rejeitamos, negligenciamos e excluímos de nossa humanidade pessoal.
Sexo e preconceito, portanto ainda estão diretamente ligados. E podemos entender como através de palavrões populares funciona o reino secreto das sombras na mente humana.
Ao falar do sentido oculto de alguns dos principais palavrões utilizados na região sudeste brasileira teve-se o objetivo de esvaziar o sentido de cada termo para que a sombra venha a luz e possamos iluminar nossa humanidade.
Espero que tenha gostado dessa análise sombria dos palavrões...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Por que os homens querem liberdade?


Você mulher deve ter se perguntado muitas vezes: por que ele sempre quer uma distância enquanto eu quero ficar juntinho?
As pessoas vão responder: porque o homem precisa de liberdade e é diferente da mulher quer prioriza a relação.
Nos atendimentos que faço aos homens que fazem o perfil "quero minha liberdade e um namoro/casamento me dá a sensação que estou preso" eu percebi algo curioso.
Eles estão buscando tanto a liberdade que ficam presos na idéia de liberdade. Eles gostam da mulher, querem passar mais tempo com ela, mas não se envolvem "tenho medo de que a qualquer momento vai me daraquela sensação de liberdade castrada" e completam "é melhor não me comprometer, vai que eu magoo a menina".
E assim eles vão fazendo suas investidas amorosas como nômades do amor.
Mas cheguei na sombra mais profunda do homem canalha. No fundo ele quer liberdade, pois quando ele tem liberdade não sabe o que fazer com ela.
Na verdade ele quer exercer poder. "eu posso ir e vir como eu quiser, ninguém manda em mim".
E curisosamente eles se realcionam com mulhres muito ciumentas só para exercitarem o poder de traí-las ou sari quando quiser.
Ficam brigando com a namordada?mulher como se fosse com uma mãe castradora "eu vou onde eu quiser e você não vai mandar em mim".
Os "Don Juans" normalmente tiveram mãe muito amorosas/sufocadoras/dominadoras e/ou ausentes. Portanto, desde cedo eles se sentiam privados da liberdade de ir e vir (e exercer o poder) e quando ficam adultos encontram na conquista sexual uma forma de se sentirem superiores às mulheres. Ele as conquista para dominá-las e estar controle e submete-las ao seu comando "EU vou e volto quando quiser". É uma revanche inconsciente contra a mãe sobre as outras mulheres!
É um ciclo de revanches onde ele sempre confirma sua hipótese "as mulheres são dominadoras e possessivas, porisso não me amarro em ninguém".
No fundo ele se sente menosprezado pelas mulheres.
Quando ele assume a consciência disso já é um passo para a mudança.
E se você que é mulher e convive com um homem assim deve se perguntar: "o que eu faço sabendo de tudo isso?".
Minha resposta é: isso não depende de você, pois quanto mais tentar ajudá-lo, mais ele sentirá o impulso de tratar você como mãe.
Levante sua autoestima e tenha uma vida pessoal rica, pois nenhum homem conseguirá preencher o espaço que precisa ser ocupado pela sua alma.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

LANÇAMENTO DO LIVRO


Insegurança e Sombra



Quando alguém me diz que é inseguro eu ligo meu radar sombrio e logo penso “por que será que gostamos de nos enganar assim?”
Não existe pessoa insegura, só existem métodos diferentes de manifestar segurança. O inseguro é aquele que tem mil idéias na cabeça, mas não consegue expressar para o seu meio externo.
Seu medo é de ser rejeitado pela opinião alheia. Ele acredita que sua opinião vai desagradar por ser boba ou dispensável. Ela dá todo o seu poder pessoal para os outros.
E qual a sombra de alguém que dá o poder para os outros? Essa pessoa tem medo de assumir o próprio poder. Por que?
Porque ela tem medo de manifestar toda a sua tirania.
Os inseguros são os mais tiranos. Sabem que seus desejos são imensos, mas temem perder o controle sobre seus impulsos e por isso recuam frente os outros.
Normalmente os inseguros dominam os outros de maneiras sutis. Eles se mostram frágeis e necessitados de cuidados. São melindrosos e por isso são poupados de notícias dramáticas e de encargos pesados. Todos temem que o inseguro seja ferido.
É assim que ele cria em torno de si uma aura de atenção redobrada e cada pedido frágil seu vira uma ordem, afinal, “é aquele anjinho que está pedindo”.
Curiosos não?
O inseguro só irá vencer esse sentimento no momento que assumir que no seu submundo secreto ele também quer ter seu lugar ao sol. E com isso retoma a sua energia vital e começa a assumir as responsabilidades da vida comum. Pára de fugir do cotidiano e começa a resolver problemas humanos. Age apesar do medo, pois sua energia de confiança voltou para às suas mãos.
Lentamente vai criando uma independência frente àqueles a quem antes era subordinado.
Finalmente consegue manifestar mais sua autonomia e coragem.
Avante inseguros. Saiam do armário e mostrem o leão que está adormecido dentro de vocês!
Dedicado à Marinete!

Ursinhos Carinhosos

Quem não se lembra do desenho “Ursinhos carinhosos”?
Aqueles ursinos fofinhos e coloridos cheios de bons sentimentos que eram capazes de combater o vilão “Coração Gelado”.
Naquele reino encantado todos ursinhos tinham um poder especial que era emitido contra o inimigo quando eles tinham uma vontade muito forte. No final o bem vencia e os monstros eram combatidos.
É assim que funciona a mente da criança, ela acredita que basta a força do seu amor para que tudo à sua volta mude.
No mundo das crianças isso é importante e saudável, pois ela desenvolve a persistência, a esperança e a confiança em si mesma.
Mas o problema é quando os adultos pensam do mesmo jeito. Basta amar para que tudo à sua volta mude, certo?
Errado!
Se fosse assim era só lançar um arco-íris, como os ursinhos carinhosos, e tudo estaria resolvido. Mas esse pensamento mágico-onipotente só é saudável nas crianças. No mundo real não basta amar ou querer bem, é preciso demonstrar o amor de forma prática.
Algumas pessoas se frustram no seu trabalho, família e relacionamento amoroso, pois guardam esse sentimento mágico da infância.
“Eu me sacrifico nesse emprego e ninguém me reconhece”
“Já não basta eu sentir esse amor para que ela(e) perceba o que vai dentro de mim?”
“Se eu for bom com papai e mamãe eles nunca irão brigar e se separar!”
Os adultos que pensam dessas formas sempre imaginam que o mundo não reconhece seus potenciais.
Entre o sonho e a realidade, busque o sonho como inspiração mas lembre-se a vida acontece na prática.

domingo, 27 de setembro de 2009

Ladrões de energia



Você já esteve em lugares ou ficou com pessoas que teve a sensação de ser drenado por um ladrão?
Pois existem pessoas que são verdadeiros ralos de energia.
Falarei de alguns tipos:
Há alguns que estão sempre reclamando, se lamentando e buscando conselhos e ajuda. Quanto mais você tenta ajudar mais a pessoa se lamenta. Cuidado, esse é o ladrão de energia mais perigoso.
Outros são prestativos e estão sempre prontos para fazer tudo por você. Não recusam nada e estão constantemente servindo à sua vontade. Mais o preço disso é alto, pois acabam gerando um crédito moral que lhe aprisiona em suas garras.
Tem aqueles que estão sempre em alerta com tudo. Hiper-preocupados e vigilantes estão constantemente encontrando possíveis perigos e falhas. Os desastres estão próximos e é preciso se precaver. Sua cautela cria um estado de pânico e pessimismo.
Além de pessoas alguns lugares são verdadeiros ladrões de energia. Não é possível precisar num lugar, mas pode até ser um canto da sua casa que ninguém fica ou que provoca uma sensação de torpor.
Essas pessoas e lugares ativam nossas sombras. Representam aquilo que estamos nos recusando a enxergar. Drenam nossa energia porque entram em sintonia com nossos desejos secretos mais profundos.
Revelam nosso lado sugador e o desejo narcisista por atenção.
Para que não sejamos pegos pelos ladrões de energia é preciso reconhecer nossa sombra que rouba energia alheia.
Dessa forma nos tornamos invulneráveis aos ladrões de energia.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Timidez e sombra

Quando a pessoa me diz que se critica por tudo eu logo penso: “lá vamos nós para o mundo das sombras”.
A pessoa autocrítica diz que não consegue se expressar porque tem medo que os outros a compreendam mal, julguem ou punam por algo.
Eu digo em contrapartida: “você me parece muito certo de que os outros lhe julgam, essa não é uma forma de julgar os outros?”
É uma prepotência da pessoa inibida acreditar que todos a julgarão mal. No fundo a “pobre” pessoa autocrítica é tão perfeccionista e feroz em seus julgamentos com os outros quanto consigo mesma.
Atrás da aparente fragilidade daquela pessoa tímida existe uma sombra de alguém impiedoso com os outros.
Na mesma medida que se julga incapaz ela também julga os outros incapazes de a compreenderem.
Se julgam com medo da opinião dos outros e julgam que os outros sempre serão duros e monstruosos com seus erros.
Não oferecem chances dos outros se mostrarem dóceis e gentis. Encontram inimigos em todas pessoas. Por esse motivo estão sempre desconfiadas e defendidas contra tudo e todos.
O caracol onde se escondem é uma forma velada de recusa a ampliar sua visão pseudo-medrosa. Na realidade não querem abrir mão do poder da fragilidade quando nas sombras do inconsciente são julgadores tiranos dos outros.
Quando o tímido reconhecer sua arrogância em julgar os outros superiores e fortes quando no fundo ele se vê assim, talvez alguma solução seja possível.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

7 pecados - Orgulho (o último)

Poder! Nada melhor que o poder para incentivar qualquer pessoa à loucura. Alguns se sentem imunes ao poder. No entanto, renunciam a toda expressão de vida saudável para um tipo de passividade existencial.
O orgulho é o pecado do poder. É achar-se mais poderoso do que é e sedento por mais.
Mas há pessoas que se disfarçam bem do orgulho e do poder.
Encolhidas em sua falsa humildade, falam manso, mas controlam cada movimento alheio com seus olhos espertos.
Outros apelam por cuidar. Ajudam tantas pessoas que exercem um poder desmedido sobre os outros.
Há também os que buscam o desenvolvimento intelectual. Como nossa sociedade valoriza os letrados, o metido a intelectual se refugia nos conhecimentos para submeter os outros.
Outros procuram a riqueza como forma de chamar atenção para si e exercer poder sobre os outros.
Alguns buscam uma vida religiosa e espiritual para constranger os outros com sua grandeza e santidade moral.
Muitas pessoas bonitas usam da aparência para dominar os olhos iludidos pelas fisionomias.
Muitos apelam para a raiva e controlam os outros através da ira.
São muitas as caras que o orgulho assume na vida cotidiana.
Todas são formas de exercer o poder sobre os outros.
Escolha a sua!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A fé e a sombra

Vivemos um século de crescente materialismo.
Somos herdeiros de uma tradição filosófica que confia apenas na luz da razão em detrimento das profissões de fé.
Assombrados por quinze séculos de predomínio de Igreja Católica. Inibidos em suas pesquisas científicas os grandes pensadores da ciência criaram um repúdio ao sentimento religioso.
A fé passou a ser vista como uma manifestação menor e infantil da natureza humana. Como conseqüência a fé foi relegada à sombra coletiva. A fé é vista como um sinal de fraqueza psicológica e o racionalismo como a solução para todos os problemas da atualidade.
Tirando os exageros da fé eu entendo que as crenças espirituais são aspectos altamente saudáveis para o desenvolvimento da mente.
A fé tem sido reprimida, condenada e expulsa dos universos intelectuais.
No meu ver a fé é aquele sentimento de entrega a uma experiência que transcende o entendimento humano. A fé, portanto, não está acorrentada em nenhuma religião e pode até ser uma fé laica ou atéia.
A fé como capacidade de entrega pode ser vivida por um cientista que fica absorto pela comunhão com o espaço, a natureza ou qualquer outro objeto de experimentação científica.
A fé e a razão quando bem instruídas são fontes de verdadeiros prodígios, mas quando caminham separadas podem causar grandes desastres.

sábado, 19 de setembro de 2009

Palavrão e a Sombra - Parte 2

Iniciei esses artigos falando sobre como os palavrões sinalizam grande parte das sombras humanas que dependem sempre do contexto social-histórico que são verbalizados.
Continuarei falando sobre o FILHO DA PUTA.
Todo o mal e preconceito do sexo recai sobre os ombros das prostitutas. São as mulheres consideradas sem dono, “da vida”, sem moral, mulheres que todos os homens desejam e amaldiçoam. Desejo obscuro das mulheres em se tornarem como uma delas. “Aja como uma dama na sociedade e uma puta na cama” para segurar seu homem. O fetiche masculino de um encontro casual fortuito e sem sobrenome. O sexo pelo sexo. O FILHO DA PUTA, portanto, é fruto de um “pecado” antigo da raça humana. Enfim, se há algum lugar para se mandar onde vigora a desonra e a podridão é ao lado de sua projenitora, ou seja, para a PUTA QUE O PARIU.
Agora, como prometido sobre TOMAR NO CÚ.
VAI TOMAR NO CÚ segue na esteira do anterior. O coito anal é de longe associado a práticas vulgares e segundo o antigo testamento digno de punição divina. Associado também com a relação homossexual masculina, carrega consigo toda a ojeriza de homens e mulheres com os homens homossexuais. No inconsciente tido como fraco, anti-natural e como regressão das práticas sexuais. No campo dos tabus da heterossexualidade a relação anal somente pode ser praticada pelas prostitutas, já que se deixam conhecer na intimidade corporal por inteiro, são pagas para isso. A ambigüidade no inconsciente feminino gerada é se as prostitutas fazem, eu que não sou prostituta não DEVO fazer ainda que QUEIRA fazer. Em contrapartida se eu não for uma mulher sexualmente completa abrirei espaço para as “mulheres da rua” fazerem e por isso DEVO fazer mesmo que NÃO QUEIRA fazer. Em qualquer caso existe conflito e constrangimento.
As exclamações, MERDA! e BOSTA! denunciam os nossos pudores com as excrescências do corpo e com aquilo que sai dele. O que é meu ou o resto do que me pertenceu é tido como sujo, feio e imundo. Não há aqui uma apologia do culto às fezes, mas tanto quanto a urina, o suor, a saliva, os cabelos e pedaços de pele que caem, as fezes são parte dos restos não produtivos da fisiologia corporal. Não há sujeira ou pecado nisso, apenas respeito com a fisiologia. Descarta-se sem repugnância.
A exclamação CARALHO! diante de uma frustração nos fala dos tabus ainda existentes em torno do pênis. O falo, símbolo de poder associado ao homem é vítima tanto de fascínio quanto rejeição. Toda a agressão perpetrada sexualmente é feita com o coito forçado do pênis. A associação do CARALHO com a força de raiva descarregada no palavrão pode remeter ao tipo de distorção do uso corporal nos abusos de toda ordem. Socialmente o falo-pênis simboliza o domínio patriarcal doentio que a sociedade atual vem tentando superar de forma ainda infrutífera. Sou superior, forte e respeitado porque tenho pênis. O ressentimento coletivo das mulheres com essa desigualdade somado com o fardo masculino da obrigação de força e inibição dos sentimentos dão ao CARALHO! toda a sua energia de violência.
Vou dar mais um fôlego para você, afinal ficar com muito palavrão na cabeça até cansa. Falarei sobre o CORNUDO e VADIA... Não perca!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Destino e sombra

O psiquiatra suíço Carl Jung, criador do conceito sombra, trouxe uma sabedoria profunda para o campo da psicologia.
Ele notou que a psique humana está em ampla sintonia com os movimentos coletivos, que ele chamou de inconsciente coletivo. O inconsciente individual está imerso e faz parte do coletivo.
Ele também notou que certos acontecimentos internos podem estar em sintonia com acontecimentos externos que não tem uma causa comum. Esse fenômeno que ele chamou sincronicidade descreve “a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa "coincidência significativa", onde esse significado sugere um padrão subjacente.”
Como um sonho que alguém tem da morte de um ente querido que falece subitamente no mesmo dia do sonho.
Portanto, Jung percebia certas sincronicidades em percepções internas e acontecimentos observáveis externos.
Existem certas situações na vida que simplesmente espelham nossos estados internos.
Há pessoas que sempre atraem acidentes como uma forma inconsciente de buscar a morte.
Nosso psiquismo busca soluções para os conflitos por meios internos e externos.“O que não enfrentamos em nós mesmos encontraremos como destino” dizia Jung.
Isso significa que não adianta correr, fugir ou se esconder de você mesmo. Por mais tempo que custe, sua vida irá trazer os aprendizados de um jeito ou de outro, custe o que custar.
Seria melhor que buscássemos conscientemente essas soluções para que o destino não trouxesse a lição de forma dolorosa.
As sombras revelam aspectos valiosos da personalidade. Nossa visão sobre esses aspectos é que os torna repugnante. A mesma agressividade que você reprime diariamente é aquela que impulsiona grandes realizações.
É melhor encarar essa força lucidamente do que esperar que um acontecimento violento venha revelar a agressividade que existe dentro de você.
Encare suas sombras, antes que o destino as mostre para você!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Aquilo que você gosta ou não gosta

Não tem a ver com sombra.
Mas quando ouço alguém dizer "eu não gosto de fazer isso" eu logo remendo "você não sabe fazer isso, pois se soubesse faria com mais gosto".
Isso quer dizer o quê?
Que nós gostamos de fazer aquilo que fazemos bem.
Pense em tudo o que você gosta de fazer. Normalmente é alguma coisa que você faz bem. Melhor que os outros ou melhor do que aquilo que faz habitualmente.
A escolha profissional é sempre feita a repseito dos assuntos que você mais gosta.
As pessoas que gostam de matemática normalmente são aquelas que tem habilidade e fazem bem. Já aquelas que dizem odiar a matemática normalmente tentaram muitas vezes e não tinham habilidade.
Com as pessoas também é assim. Você as vezes não gosta de uma pessoa até ela te tratar bem. Depois você fica até constrangido de não gostar mais dela e passa a gostar.
Isso por que nós ficamos nos lugares que somos respeitados, amados, queridos e valorizados. Ou seja, nós nos sentimos bem nos ambientes que temos melhor performance.
Portanto, se você é obrigado a trabalhar ou estudar em alguma que não gosta tente se aplicar e aprender aquilo. Você vai perceber que o desgosto vai passar, pois irá sentir uma sensação de poder pessoal. E com o tempo isso será irresistível, você vai acabar gostando daquilo.
O mesmo se aplica com você mesmo, pois se não gosta de você mesmo é por que não tem feito a si mesmo muito bem.
Se você se aplicar sobre você mesmo com afinco e começar a fazer melhor de si mesmo com o tempo irá gostar mais daquilo que vê no espelho.

O segredo e a Sombra

Desde os mais remotos tempos as pessoas procuram formas de cura emocional como uma maneira de ficar em paz com a própria consciência e ter uma vida feliz.
Atualmente, muitas pessoas recorrem a terapia como uma maneira de compreender melhor seus problemas e assim terem um melhor convívio com as pessoas.
Notei ao longo dos anos que a maior parte das pessoas carrega consigo um segredo que as perturba.
Algumas têm mais consciência, outras menos, mas todas procuram a terapia como uma forma de confissão. Buscam no psicólogo a imagem do sacerdote para abrir seu coração e se verem livres de um acontecimento trágico do passado.
Os segredos causam tanta dor porque estão paralisados na mente consciente ou inconsciente da pessoa. A mente humana é naturalmente dinâmica, movimentada e criativa. Mas no momento que você tem que guardar um segredo – em nome de uma reputação, pedido de familiar ou porque um acontecimento ou informação é inaceitável aos seus olhos – sua mente se paralisa.
Essa paralisia energética cria uma sombra. A mente tem que fazer um esforço redobrado para não esbarrar constantemente naquele evento. É como ficar com um alimento indigesto no estômago.
A partir do momento que você guarda um segredo ele se torna um imã na sua mente. Cada acontecimento que lembre a situação secreta inicial é dragado pela forma mental e une-se àquela sombra.
A paralisia vai crescendo lentamente e em função de um segredo um outro é criado e uma sucessão de mentiras internas e sociais precisam ser contadas para esconder o primeiro segredo. Os caminhos profissionais, afetivos, familiares e pessoais vão enfraquecendo, pois o organismo psíquico quer expulsar aquele elemento intruso, mas não pode.
Três caminhos básicos:
1) Acumular essa sombra de tal forma que estoure em forma de sintomas e revelações drásticas.
2) Compartilhar o segredo como forma liberar a energia reprimida.
3) Aprender a conviver com parte de sua história, sem peso, culpa ou arrependimento.De qualquer forma, o segredo é sempre uma parte legítima que merece vir à luz da consciência. E toda vez que você aprender a suportar sua própria história de vida é sua própria vida que se enriquece...