sábado, 12 de fevereiro de 2011

Os 6 enganos das pessoas bravinhas

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Feita de dor
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Gostaria de falar um pouco sobre pessoas bravas, esquentadas e explosivas.
Ao contrário do que todo mundo diz a raiva começa muito antes da raiva aparecer.
Eu me arriscaria dizer que a raiva é um sentimento decorrente de uma visão limitada da vida.

Em outras palavras, toda pessoa nervosa é mimada. Mas não sem motivo. A raiva é sempre um sentimento reativo e, portanto, fruto de um desencontro de condições externas do meio ambiente com um estado interno anterior à raiva.
A pessoa raivosa é formada ao longo de anos. Raiva qualquer um sente, mas a manifestação constante dela é resultado de uma postura de vida. Quero enumerar alguns enganos que criam um incrível Hulk.

1) Eu sei

Essa é uma visão muito particular da pessoa raivosa. Ela tem a impressão de que sabe exatamente o que ela é, o que quer e o que espera dos outros. Essa certeza se manifesta por pontos de vista aparentemente muito coerentes entre si.
Pelo menos para a pessoa raivosa há uma clareza que os outros não enxergam. Essa é a palha onde a chama vai encontrar a oportunidade de incendiar.
“Eu tenho razão!”, essa a visão da pessoa raivosa.

2) Eu paguei, você vai pagar também

É muito comum a pessoa raivosa ter passado por algumas experiências de muita dor (física, psicológica) na infância. Essa dor para ser digerida precisou de argumentos para ser superada. Um deles é: devo ter merecido, ou seja, se sofri é porque fiz algo para isso.
Se ela acredita que se a sua ação mereceu ser punida, a ação do outro merece o mesmo destino.


De agredido ela passa a agressor, sob a pena de se sentir no direito de punir uma atitude do outro que considera injusta.
A justiça é seu álibi. Olho por olho e dente por dente. Se ela foi castigada o outro deve passar pela mesma pena.

3) Do jeito que eu quero

Se a pessoa tem a sensação que está com a razão e que está fazendo justiça é natural que leve isso a sério.
Ela se torna a justiceira do mundo. Quer torcer as pessoas para ver o mundo da mesma maneira que os outros vêem. Mas essa lógica é tão personalista que sequer percebe que as pessoas são diferentes dela. Tudo deve ser medido à partir de sua régua.
A rigidez é sua marca, ou teimosia como preferimos aliviar. Se as regras não funcionam como ela quer, não tem brincadeira.

4) Eu na frente

Se ela sofreu e tem razão surge um sentimento de que os outros devem recompensá-la pelo mal que fizeram a ela.
Esse traço inconsciente da pessoa raivosa é responsável por frases do tipo: “só respondi desse jeito (estúpido) porque você não estava me ouvindo.” A idéia implícita é que as pessoas deveriam ouvi-la: “como você ousa não me ouvir?”.
Isso se chama falácia da reciprocidade. Devido nossa tradição judaico-cristã seguimos ou achamos que todos devem seguir a regra de ouro: “não faça para os outros o que não gostaria que os outros fizessem para você”.


Essa regra tem um princípio de humanidade, igualdade e amorosidade incríveis, sem dúvida. Só um detalhe, isso não se torna verdade porque aspiramos que deva ser assim. Na realidade ninguém é obrigado a retribuir nada. Se fez foi por escolha livre e desimpedida. Se eu empresto dinheiro para você hoje, você não tem que me emprestar amanhã. Emprestei porque achei que parecia ser o melhor a fazer, mas não para criar um crédito antecipado com você.


Imagine se um pai ou mãe fosse cobrar dos filhos (isso acontece com quase 100% de casos) o retorno financeiro e psicológico dos anos de criação. Os filhos teriam que pagar com a própria vida e ainda ficariam em dívida. A lógica da reciprocidade é opcional não impositiva.
Pessoa raivosa, ouça bem, ninguém precisa entender e tolerar você. A não ser você.

5) Não te respeito

Como resultado final a bomba está prestes a explodir.
Por que explode? Porque o raivoso acha que pode! Acredita que o outro terá que lidar com essa conseqüência “dane-se! Ele que agüente, afinal fez por merecer! Me provocou!”. Isso quer dizer que o raivoso cede ao seu sentimento de contrariedade por saber que ficará impune.
Isso explica por que as mães são o alvo preferido de toda pessoa raivosa. Até a pessoa normalmente calma se permite agredir sua mãe. Afinal, mãe agüenta tudo.
Agredimos aquela pessoa que temos a garantia que irá suportar (por amor ingênuo ou fraqueza) a explosão. Lavamos a alma às custas dos outros.

6) Me desculpe

Como resultado final da explosão surge a culpa. No calor das emoções a pessoa fez e falou realidades duras. “Eu não quis dizer aquilo!”
Aquele aparente arrependimento é terrível de se lidar, pois aquela pessoa possuída e aterrorizante de minutos atrás se mostra dócil e comprometida a nunca mais fazer algo parecido.


Esse ciclo explosão-culpa-nova explosão é fatal. Porque baixada a poeira, a pessoa raivosa tentará se proteger da vergonha e humilhação se armando com novas justificativas. Tentará encontrar as razões pela qual explodiu e o gatilho estará pronto para novo ataque.
A pessoa agredida já estará ciclo após ciclo com a autoestima tão abalada que terá cada vez menos forças para resistir às agressões. E o domínio da pessoa raivosa estará instalado: agressor e vítima estarão com a vida feita.
Feita de dor...

A raiva de fato não terá transformado nenhuma realidade. A pessoa será alvo de temor e não respeito. O amor que poderia obter será escasso e sua dor se perpetuará.
Com o tempo sua jovialidade, beleza, dinheiro e poder diminuirão e suas vítimas se afastarão uma a uma.
A solidão psicológica será o destino dos raivosos (e mimados) de plantão.
A velhice será muito penosa e um duro aprendizado estará disponível: até que ponto valeu a pena estar sempre com a razão?
É necessário esperar tanto tempo?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O tempo não existe!

Você já parou para pensar que o tempo de fato não existe?
Essa idéia maluca me ocorreu (que os estudiosos da física não me matem) quando me vi com medo de enfrentar algumas situações cotidianas num futuro próximo.


Pensei “mas como posso sofrer por uma coisa que nem aconteceu? E que talvez nem aconteça!”
E melhor pensei que quando chegasse eu estaria lá para resolver, portanto não precisava ficar arrancando os cabelos e nem me entupindo de tranqueira para lidar com a ansiedade.


A noção de futuro e passado na verdade são construções psicológicas e sociais que construímos.
Concretamente o único momento temporal que existe de fato é o presente, mas se é presente em relação a alguma coisa o presente não é o tempo em si, ma apenas uma ação que se realiza aqui.


O que existe é ação, vida acontecendo aqui.
O que chamamos de passado é uma perspectiva de uma sucessão de ações que tentamos encadear num raciocínio lógico, como num filme.
O passado não existe em si, mas enquanto uma visão que adquirimos de fatos.

Lembram do filme “Sexto Sentido”?
Passamos o filme inteiro interpretando os personagens à partir de uma determinada idéia. No final quando outra perspectiva se revela adotamos imediatamente outra postura. Ahhhh, então era isso!
E talvez se passássemos mais um tempo poderíamos ter outras tantas posturas.
Na vida é assim também.


Quanto ao futuro nem se fala. Imaginamos cenários muito criativos de realidades que nunca se concretizam de fato.
Já ouviu falar de retro-futurismo?
É uma tendência na moda e arquitetura que tenta resgatar imagens que fazíamos do futuro na década de 60.

Você usaria essas roupas hoje em dia?
Chega a ser cômica a maneira que imaginávamos o ano 2000.
Na nossa vida pessoal ocorre o mesmo. Você certamente é bem diferente hoje do que já imaginou que seria. Você está além ou aquém dessa visão.


Imaginar o futuro, portanto, só serve enquanto perspectiva do presente, mas nunca como um limitador.
Não deixe de fazer nada porque imagina um futuro terrível. Ele não existe e se prevenir é só um desgaste a mais de energia.
Só o presente lhe resta. E se pretende construir um prédio, lembre-se que ele começa pelo primeiro tijolo que você põe aqui...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Programa de TV


Amanhã estarei no programa "Vida Melhor" é transmitido ao vivo das 12h30 às 14h00 na Rede Vida com Claudia Tenório.
Veja nesse link os canais que você pode assistir a Rede Vida http://migre.me/3NuQy !