Ex-blog sobre o livro "Por que fazemos o mal". Atual mosaico de idéias sobre relacionamentos amorosos e filosofia de vida!
terça-feira, 14 de junho de 2011
Problema resolvido
Logo que entrar pode colocar seu nome no espaço que tem à direita e começar a receber todas as atualizações como acontece aqui...
Já que esse blog está se despedindo do mundo conheça o novo espaço!
http://sobreavida.com/
Beijos e abraços
domingo, 12 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
Programa de TV
TVA – canal 165 Digital | 04 Analógico
SKY – canal 20 )
Telefônica Digital - canal 229
Despedida do blog
Imaginei que transformá-lo seria o ideal, mas acho que o ciclo aqui acabou...
Acho que a resposta no nome do blog "Por que fazemos o mal?" já foi respondida.
Queria agradecer a todos os leitores do blog do livro! Todos os comentários, sugestões, interações e tudo o mais.
A estrutura que comecei a imprimir aqui segue no outro espaço que inicio.
Aqueles que querem continuar acompanhando meu trabalho sigam por lá...
Vou começar devagar e aumentando o número de posts semana a semana. Escrever com mais regularidade. Manter o espaço vivo...
Para quem quiser acompanhar é só entrar lá e assinar o Feed para receber o conteúdo do novo espaço
http://sobreavida.com/
Grande beijo e abraço a todos
terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Opiniões
terça-feira, 24 de maio de 2011
Morte da vida
Já notaram como somos afobados em colocar pontos finais em questões fundamentais da vida?
“Esse sou eu”
“Sou assim mesmo”
“Quem tem dinheiro tem tudo”
“Sem amor eu não vivo”
Adoramos classificar e nomear qualquer experiência humana. “Felicidade é isso”, “desgraça é aquilo”, “isso não é amor”, “traição eu não perdoo” e outras tantas definições.
Vocês conseguem notar quão raso isso pode ser?
Como eu posso dar nome para o dia que percebi que aquele frescor da manhã de 5 de abril de 1998 me fazia respirar mais suave num momento da vida que parecia tão estranho?
Eu poderia resumir isso em uma palavra? Mesmo descrevendo essa situação imaginária isso traduziria o exato momento que vivi? Mesmo retratando fielmente, como um romancista, isso tornaria a experiência mais saborosa?
Isso me leva a pensar que suportamos muito pouco nossa vida sem oferecer a ela as algemas da definição verbal. Caminhar de mão dadas com alguém que trata você de um modo gentil e afetuoso precisaria receber o nome de amor para ser mais amor?
Chamar o dia de amanhã de amanhã torna ele mais hoje?
Chamar o sol de sol o torna mais quente?
Penso que isso são coisas para a ciência.
Os ansiosos de plantão adoram definições. Odeiam surpresas e idolatram agendas. Querem arrebentar o encanto da vida com comentários clichês. Parecem aquelas pessoas chatas que ficam comentando o filme o tempo todo para não se deliciarem de emoções intensas.
Na vida cotidiana nos caberia apenas respirar o ar e gozar do benefício daquela sensação inebriante que uma leve brisa pode nos proporcionar.
A definição, poeticamente falando, mata a existência ao colocar a paixão no dicionário.
Transformar uma experiência em substantivo tira a singularidade de cada segundo vivido pelas quase 7 bilhões de pessoas que compartilham a Terra conosco.
Seria demais deixar pontas soltas? Momentos sem nome? Histórias sem título? Pessoas sem RG? Sem pronome possessivo?
Não sei responder... Acho que nem é preciso...
Facebook, jogos amorosos e desejo feminino
Esse texto foi motivado por cerca de 12 pessoas que acompanharam um debate no facebook com cerca de 160 comentários.
Compartilhei um vídeo de uma garotinha que tinha não mais que 3 anos e exigia que o menino de quase 2 anos a amasse e tratasse com muito carinho. Ele gerou alguns comentários jocosos (inclusive de minha parte) alegando que as meninas já aborreciam desde cedo. As mulheres já se queixavam que os homens desde cedo não conseguem atender aos apelos femininos .
No dia seguinte compartilhei outro vídeo que mostrava um casalzinho de 4 anos no máximo em que o garoto arrancava feliz um beijo de uma simpática garotinha. A felicidade mútua era evidente .
O diálogo (reproduzido no final desse texto) recomeçou com um comentário “fofos” seguido por outro “raridade”. Notando a insatisfação com o gênero masculino intervi dizendo que existem “homens se tornando parceiros das companheiras”.
O que se seguiu foi uma enxurrada de incredulidades de todos os tipos com relação aos homens.
Algumas advogavam contra e outras a favor dos jogos amorosos. A favor ou contra o mistério excessivo das mulheres na hora da paquera. Da aceitação ou da recusa em lidar com o desejo aberto das mulheres.
Mas houve algo que notei em todos os comentários favoráveis ou não à esses temas, de que o homem sempre está aquém da imensa disponibilidade para o amor das mulheres.
Essa conclusão parece óbvia, mas tudo que é óbvio precisa ser repensado ou pelo menos evidenciado.
Já virou senso comum tornar o homem culpado pelo fracasso de qualquer relação. Muito grudento ou cafajeste, possessivo ou desinteressado, pacato ou dominador, não importa, o homem sempre exagera na dose e erra o alvo.
A insatisfação crônica das mulheres em relação aos homens é unanimidade. Em caso de dúvida a culpa é do homem.
Esse discurso tirou da pauta uma questão que Freud anunciou quase no fim da sua vida: o que quer uma mulher?
Não ousarei responder uma pergunta sem resposta. Não porque seja a respeito de mulheres, mas porque diz respeito à espécie humana.
O que quer o ser humano?
Infinitas coisas e nenhuma delas.
Pois o desejo humano é sustentado pela impossibilidade.
O possível não desafia, atiça, instiga e não é passível de transcender ou corromper. Não prova valor, não cria heróis, mitos ou deuses.
O homem pela própria natureza objetiva de sua sexualidade sente-se saciado (pelo menos momentaneamente) pelo seu desejo. Ele goza e manifesta a realidade do desejo atendido.
A mulher pelo contrário, não possui um clímax bem definido ou um ponto orgânico de saciedade sexual. Ela é constantemente desejosa.
Homem saciado + mulher insaciável = homem acuado ou defensivo (o que ela deseja insaciavelmente ele não tem capacidade para atender).
Quais as defesas prediletas dos homens diante do desejo feminino (infinito)?
O homem reprime a sexualidade feminina.
O homem manipula os interesses das mulheres.
O homem possui e diminui a mulher pelo ciúme.
O homem menospreza a mulher com comentários jocosos.
O homem despreza um pouco para valorizar seu “passe”.
Assumir o próprio desejo e ir ao encontro do desejo do outro é realização para poucos...
Homens acuados por mulheres de livre desejo.
Mulheres temerosas de não saber mais usufruir da liberdade de desejo que adquiriram.
É isso que vejo... Pessoas com medo da intimidade e da felicidade possível!
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Eis o debate que ocorreu (modifiquei algumas ordens lógicas dos diálogos):
Garota C: Fofos
Garota B: raridade, né. Haha
Fred: nem tanto... Muitos homens se tornando parceiros das companheiras...
Garota B: aaai, Fred. São poucos os que eu conheço, viu.
Fred: Tenho uma lista de mais de 300 homens que buscam relacionamentos saudáveis... Alguns tive o prazer de conhecer pessoalmente. Homens desse Brasil prontifiquem-se ao pedido dessa jovem!
Garota B: hahahahahahaha
Garota L: Jura, Fred? Vou com a sua amiga aí de cima... Não estou nem falando de relacionamento serio, mas não acho ninguém que fale francamente e honestamente comigo ainda que seja para algo esporádico...
Fred: agora você está aumentando o meu compromisso de recrutar homens francos e honestos para atender os apelos de mulheres bonitas, simpáticas e inteligentes... Homens, não as deixem falando!
Garota L: Podem deixar falando... Se a proposta for essa, mas podiam ser francos... rs...
Garota B: to com a sua amiga, Fred.
Garota C: Eu estou só lendo os comentários, tá? Não vou dar minha opinião... Prometo... rsrs! Eu pensava que era a única...
Garota L: Não é, garota B? Nem sempre queremos compromisso, mas que isso pudesse ser conversado com naturalidade... Já era um bom começo
Fred: Ok, ok, vocês tem razão, muitos homens covardes por aí... Agora me digam uma coisa... Por que vocês acham que os homens não são francos?
Garota B: L., eu to super de acordo. É muito difícil ter um papo aberto com honestidade... quem dirá então um relacionamento. Pela minha vivencia Haha
Garota L: Fazem um teatro para manter a gente por perto... quando na verdade bastava sugerir algo esporádico que toparia facilmente sem a firula inicial. Entende isso, Fred?
Fred Estou intrigado...
Garota B: Sendo que neste teatro eles conseguem ser uns príncipes na maior parte do tempo.
Garota L: Me incomoda esta ideia de conquista, a vida é bem menos complicada... Tipo ele anuncia o que quer, eu também, avaliamos se ambos queremos e ponto final... Mas fica um teatrinho de conquista que faz até parecer que não podemos claramente sustentar um desejo e pronto.
Garota B: jogos amorosos irritam
Garota L: acho demais um jogo amoroso, quando há uma proposta de uma relação afetiva para ser sustentada, nos demais casos, não vejo o porquê.
Fred: Vamos ver se eu entendi... O cara tem que chegar com jeito e abrir o jogo... "Ei, seria muito legal passar essa noite com você, mas só essa noite!" Por aí?
Garota L: Isto, aí eu objetivamente respondo: “Claro, estou subindo pelas paredes" ou "Não, não estou a fim”.
Garota B: hahahaha, eu odeio jogos amorosos de qualquer forma.
Fred: L. sempre adorei sua objetividade... hahahaha Homens anotem a dica: DIRETO AO PONTO. Mas todas estão abertas para essa verdade nua e crua?
Garota L: Adoro jogos amorosos onde eles fazem um sentido... mas nos demais casos... uma noite como sugeriu o Fred, no caso dos pau amigos e etc., não.
Garota B: aa não, eu sempre me ferro nisso. Hahaha Melhor a verdade, né?
Garota L: Não é que é melhor... a mentira pode ser um jogo erótico também! Mas se trata de uma honestidade ainda que para mentir... entende?
Fred: B., qual o jogo favorito dos homens q mais te irrita?
Garota B: Homem tende a controlar mais os sentimentos, não demonstrar nunca de cara, esperar um tempo o ligar... tanta coisa. Complicam uma coisa que eh simples
Garota L: me irrita sair com alguém que não possa ver as pessoas como alguém com escolha, decisões, mas que subverta uma opção a uma ideia de ter usado o outro, seduzido o outro... as coisas nem sempre podem ser simples... tem que passar por todo teatro inicial... como se isso fosse uma capa de proteção para escolhas naturais, entende? Tipo por que não estabelece logo que é meu pau amigo, não precisa ficar mandando torpedos, dizendo que tem saudades... manda um torpedo e marcamos um revival e pronto... sabe
Fred: Agora me deixou pensando... Te irrita ver q o homem trata a mulher como se fosse alguém que não tem desejo livre é isso?
Garota L: isso... e acho que isto é o primordial para um relacionamento funcionar
Fred: É como se a mulher que tem desejo tivesse que se transformar numa santinha ou numa vagabunda... Estereótipos...
Garota L: Não, é mais simples do que isso... se todos sustentassem honestamente os seus desejos, podíamos construir juntos coisas ainda que uma noite.
Rapaz D: Qualquer homem tem a leveza e objetividade desse menino, por mais escondido que isso esteja. Muitas vezes é por medo (uma coisa normal) que isso não aparece.
Fred: Já pensaram que os homens tem medo?
Garota L: E as mulheres não? Na vida temos que ir com medo mesmo... rs
Fred: Medo do homem + medo da mulher = jogos amorosos
Fred: B., as mulheres também demoram para ligar e fazem esse jogo...
Garota B: Mas sabe com quem elas aprenderam, né. Por que, por incrível q pareça... alguns homens gostam
Fred: Mas, qual a lógica de esperar pra ligar?
Garota L: Eu não espero... faço sempre o que estou sentindo...
Garota B: já me disseram (homem), que não ligam rápido, justamente p n parecer afobado.
Rapaz TX: Mas e se a espera fizer parte do sabor da conquista?
Garota L: mas as mulheres devem fazer mesmo, por que quando dizemos não para um homem eles insistem tanto que eu fico pensando que o mais comum devem ser ganhar na insistência... rs
Rapaz RD: Na verdade, na minha humilde opinião, estamos passando é um momento da superação do medo para a liberdade e é um processo atribulado. É o momento que o individuo toma as suas decisões pelas suas próprias preferências e não pelo que a sociedade impõe... Ver mais
Garota B: gostam de ser caçadores, né.
Garota L: gostei RD
Rapaz TX: Acho que o que irrita as mulheres nos jogos, na verdade, é a frustração com o resultado e não o jogo em si.
Rapaz RD: O que cabe a nós homens é conseguimos superar isso tudo. Precisamos nos tornar homem livre e seguros a altura das mulheres livres e seguras que tem por aí
Garota B: Pode ser
-Fred: Homens em crise de identidade...
Rapaz D: Isso tudo é o que tempera os relacionamentos, diferenças de opiniões e sentimentos... Afinal, deve lembrar os movimentos de uma dança e não um jogo de xadrez.
Garota L: A frustração não me irrita, o jogo irrita, porque posso me frustrar só quando a coisa for frustrante de fato e curtir todo o resto, ou posso ficar antecipando a frustração justamente por não saber exatamente o que acontece, por ser um jogo.
Garota Gll: Acho que sou a única aqui que não gosto de pessoas muito diretas, pode fazer jogo, adoro o frio na barriga e as incertezas, topo o desafio... se o cara se apaixonar quem ganhou o jogo fui eu!!! ;-)
Garota L: T também gosto, Gll mas só quando realmente me interesso por alguém para um vinculo amoroso...
Rapaz TX: Explico: jogar sabendo que a intenção do outro é legítima e verdadeira é gostoso. Nesse contexto, o jogo pode até funcionar como teste para as intenções do outro. O que parece irritar é quando, ao final do jogo, há uma surpresa quanto às intenções de uma das partes. Aí, o que ocorreu não foi jogo, foi pura e simples manipulação.
Garota L: isso, mesmo! gosto de jogos amorosos neste contexto
Rapaz RD: No entanto, o que acontece com a maioria dos homens atualmente é simplesmente seguir o caminho fácil. Finge que o mundo não mudou. Vê a mulher como se via na época do meu avô.
Garota RC: Concordo com a Gll, tenho a sensação que o homem gosta mesmo é de conquistar... Também topo o desafio... rs
Fred: garotas que gostam dos jogos versus que não gostam
Rapaz TX: Como alguém disse aí em cima, talvez fosse mais simples se as pessoas pudessem ser brutalmente honestas desde o início. Ocorre que, para conseguir o que querem, muitos homens dão indícios de envolvimento emocional, para depois frustrarem as "envolvidas".
Garota Gll: Se a intenção não era de ter um relacionamento... podemos fazer o cara mudar de ideia com os nossos "jogos" e deixa-los caidinhos por nós e se não der certo, valeu a tentativa, é porque não era pra ser.
Rapaz TX: Pois é Gll, matou a pau. Cada um luta com as armas que tem ;)
Garota B: Gll, é exatamente esse jogo q eu n gosto. hahaha. Muuuita complicação, n da nem p ser autentico assim
Rapaz TX: Mas Bruna, é possível ser 100% honesto com quem se está apenas começando? E outra, dado que emoções flutuam pra cacete, qual ô parâmetro de medição de honestidade?
Rapaz RD: Mas Gll, esse é exatamente o cerne da questão. Agora você tem a capacidade e a liberdade de fazer isso. E isso assusta muito homem por aí. O que é difícil é homem que percebe isso como um direito conquistado seu e consegue lidar com isso. Para mim este é o homem que todas reclamaram de nunca terem encontrado e este homem existe. tem vários deles discutindo aqui :)
Fred: Mas complicação diminui ou aumenta o interesse da mulher, não to entendendo ou são duas facções mesmo?
Garota B: Para mim, diminui totalmente. E por que não ser honesto com quem esta começando?
Rapaz TX: Pra mim a mulher não pode ceder de cara não. E nem tem a ver com besteiras do tipo: "é vagabunda". É porque gosto de conquistar mesmo.
Fred: Se a mulher curtir você logo de cara diminui seu interesse TX?
Garota RC: Imagino que os homens pensam realmente dessa forma que o Tiago falou...
Garota B: Ceder em q sentido? por que se o homem n gosta, por que tenta fazer com que ela ceda? vocês são complicados
Rapaz TX: Não! Ela pode curtir o quanto quiser! Mas acho que o "não" exerce um papel tão importante como o sim na conquista.
Garota RC: Só tem uma coisa... Acho que a sinceridade é tudo... Se tiver afim de uma única noite fale de repente a mulher está na mesma vibe.
Fred: Honestidade dá trabalho, jogos também, é isso? Estamos preguiçosos?
Rapaz FG: Cara, eu já acho que ter uma conversa tão franca assim é broxante. Falo isso porque já tive algumas vezes, com algumas garotas, e pra mim, perde um pouco do brilho da relação. Claro que tem que conversar, + o mistério também é fundamental,...Ver mais
Garota Gll: aplausos para o FG! Por que acho broxante mesmo essas conversas francas, ir desvendando a pessoa aos pouquinhos é uma conquista... entendeu? Curti também o que o TX falou pela questão da conquista, até pra gente fica mais interessante, mas sei o quaaaaaaaaanto é difícil.=/
Garota B: Fred, o mundo está perdido
Rapaz TX: Fred, preguiça é o subproduto da modernidade. Meu avô cortejou minha avó por anos!
Rapaz D: Eu já acho que se a mulher quer ceder de cara, ela tem toda a liberdade de fazer isso
Rapaz RD: D, mulheres já me pegaram. Nunca reclamei
Garota L: fui com a sua D. Quantos anos você tem? Rs
Fred: Penso que cedendo logo ou demorando, o importante é que haja livre escolha. Ceder sem sentido e fazer c doce sem sentido me cansam... Assumir os próprios desejos sem máscaras é sempre difícil
Garota RC: Para os homens mistério + sedução = conquista... Mistério para mim é não se revelar totalmente, aos poucos desperta interesse... acho que é/ isso...
Fred: Para mim: capacidade de entrega + sedução = conquista. Capacidade de entrega é uma abertura para deixar que os sentimentos encontrem seu lugar no corpo e no encontro, seja por 1 segundo ou por 30 anos.
Rapaz FG: Escreve um texto com esse tema.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Quem não sou eu?
Nos deixa angustiados
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Certamente você já deve ter presenciado alguém falando literalmente essas palavras, ou tendo uma atitude inspirada nela:
“Você sabe com quem está falando?”
Pergunta curiosa, quem é essa pessoa? Como definir alguém com uma meia dúzia de palavras? Tenho uma certa piedade de quem faz essa pergunta, pois se ela está perguntando é porque não deve ter certeza de quem é.
Quando nascemos os nossos pais nos ajudam a construir um senso de identidade que delimita nossos desejos, impulsos e ações. Eles emprestam sua personalidade (ou identidade) para que moldemos nossas feições emocionais.
Crescemos um pouco mais e ampliamos o círculo de convívio. Passamos a questionar aquele modelo absoluto sobre a verdade de nós mesmos. Debatemos e gastamos horas de brigas com os pais com a intenção não-consciente de criar uma casca que vá além da infância. Brigamos para nos diferenciar. Quanto maior a briga maior o nível de dependência e de dor no processo de desligamento progressivo.
Depois começamos a cristalizar uma imagem mais ou menos estável de nossa identidade. Os papéis que assumimos nos descrevem: amigo, filho, estudante, profissional, namorado, estudioso, bagunceiro, estagiário, CEO. Passamos anos e anos brincando de saber quem realmente somos. Matamos e morremos por essa certeza tola.
A maturidade vem e com ela os papéis se enfraquecem. A maternidade já cumpriu seu papel, o casamento já foi exaurido em suas possibilidades, a aposentadoria se anuncia. Sem papéis definidos como definir o que somos?
Surge a pergunta que outrora foi feita na adolescência: quem sou eu?
Mas o grande conflito não é responder quem sou eu, mas quem eu preciso deixar de acreditar eu sou.
Sou pai ou assumi por anos uma atribuição para os filhos?
Sou CEO ou gerenciei uma empresa?
Sou marido ou compartilhei experiências significativas com uma mulher?
Identidades sendo lançadas na fogueira. Ficamos no limbo sem saber se nos resta o céu ou o inferno. Bom ou mau, certo ou errado, justo ou injusto são categorias que já não definem a complexidade da natureza humana. Reduzem uma riqueza num pequeno cofre apertado.
Esse limbo consome muitos neurônios e nos deixa angustiados.
Já não nos vemos servindo ativamente a sociedade que cobra produção financeira. Que tipo de papel tem essa pessoa na maturidade?
Entendo que ela tem o desafio de produzir uma sustentação invisível ao redor de si mesma.
Essa identidade diluída e sem fronteiras definidas oferece a oportunidade de usufruir de uma liberdade que sempre foi presente, mas ignorada: não sou nada e posso caminhar por tudo.
Quem dera todos tivessem a oportunidade de dançar entre o jogo relativo dos papéis cotidianos sem se perder neles. Diminuir aquele senso de autoimportância que nos damos e que causam a maioria das confusões diárias.
As ofensas seriam brisas em nossos ouvidos e ataques seriam apenas movimentos de contraposição à idéia que fazemos de nós.
Mergulhar no rio da personalidade sem se aprisionar ou pertencer a ele.
Volto a perguntar agora, quem não sou eu?
quarta-feira, 4 de maio de 2011
O efeito PC Siqueira
Era eu. E uma imensa geração de jovens que foram completamente humilhados pelo simples fato de terem miopia hereditária de seus pais.
Curiosamente um cara vem mudando esse cenário há cerca de um ano no universo virtual. Seu nome? PC Siqueira.
Depois de Bill Gattes e Mark Zuckerberg mostrarem que não têm nada de bobos por serem nerds, eis que surge PC Siqueira. Ele se define no microblog Twitter como: “Fiz uns vídeos e me fodi. E tenho um programa na TV”.
Venho acompanhando esse jovem desbravador de velhas-novas idéias sobre o mundo contemporâneo há algum tempo. E confesso, virei tiete dele.
Primeiro motivo, identificação imediata, só não fui vesgo, de resto tão desengonçado quanto (e inteligente também rsrs).
Segundo, suas idéias colocadas de forma cítrica e bem humoradas no seu vlog MASPOXAVIDA são de uma inteligência refinada por anos de ostracismo (e outros componentes da vida pessoal que desconheço/ sem análises psicológicas baratas).
Terceiro, adoro pessoas ousadas, PC Siqueira é uma delas, apesar de parecer um contrassenso.
Por que se interessar em ver um cara vesgo, estranho e desajeitado (não acho nem estranho e nem desajeitado) falar sobre assuntos comuns (que em tese seriam banais) e até um pouco nerds (como dinossauros e videogames)?
Eu vejo porque PC Siqueira tem uma lógica coerente em tudo o que ele fala: talvez sem perceber (acho que ele sabe disso) denuncia, de forma ácida e leve, nossa hipocrisia.
Vi o PC Siqueira no último evento Youpix 2011, confesso que fiquei emocionado ao ver minha webcelebridade preferida parada ali tranquilamente. Hesitei em me aproximar, pois sei como ele é anti-PCSiqueiramaniacos, mas após ser incentivado por amigos tiramos uma foto juntos. Tenho certeza que ele pensou: “porque estão tirando uma foto minha, não salvei nenhuma vida e nem fiz nada demais!?”.
Até em relação a si mesmo ele segue sua coerência. Me parece que ele tem um sentimento ambíguo frente sua fama virtual, de um lado gosta do destaque que recebe (mesmo soltando alguns comentários azedos em seu twitter @pecesiqueira esbravejando contra seguidores que sempre levam à sério tudo o que ele coloca lá).
Por outro lado se espanta em como as pessoas estão perdidas a tal ponto que ficam obcecadas com um cara que grava vídeos no Youtube. É curioso ver como ele critica as pessoas que concordam ou discordam demais com suas opiniões quando ele se expõe como ateu.
PC Siqueira se posiciona contra tudo aquilo que entorpece o raciocínio livre e o bom senso, como fanatismo religioso, preconceitos em geral e lógicas falsas. Portanto, pessoas que mudam de opinião à seu favor pelo simples fato dele ser o PC Siqueira o enoja igualmente(pelo menos é assim que eu percebo).
Vi lá no Youpix um rapaz muito humano e disponível para o contato pessoal. As vezes um pouco assustado quando recebia investidas muitos intensas de pessoas espalhafatosas. Mas em geral, seus olhos transmitiam uma certa bondade pacífica.
PC Siqueira dispara opiniões que poderiam soar até egoístas e prepotentes, mas logo retoma seu bom senso e critica a si mesmo. Ele é um cara amigo, ama a família (é muito carinhoso com seu irmão, primos e o pai) e que não deseja o mal das pessoas em geral.
Acho que isso se deve a um único motivo, ele não gosta de generalizações burras. As vezes pode esbravejar contra um vizinho barulhento, mas pessoalmente diante desse vizinho (eu aposto) ele jamais seria capaz de ser hostil (mesmo podendo usar seu Krav magá).
Percebi que muitas pessoas presentes no Youpix adotavam um estilo de se vestir e comportar meio PC Siqueira, pareciam um bando de cosplays do PC. Isso denuncia a profunda necessidade de vários nerds espalhados pelo Brasil de se sentirem inseridos entre as pessoas populares.
Nerds ou mauricinhos todos querem ser amados. O fenômeno PC e Lola (sua buldogue simpática) ofereceu um espaço para os nerds no imaginário social.
PC Siqueira intencionalmente ou não elevou a categoria dos nerds à um patamar de maior aceitabilidade social e prestígio. Sua voz foi ouvida e seu carisma pôde ser emprestado (muitos vlogs foram criados inspirados em PC) a tantos outros.
Na década de 90 quando eu era um nerd hostilizado por meninos e meninas certamente eu teria sido mais feliz se um PC Siqueira tivesse dando voz às minhas inquietações filosófico-existenciais. Se eu próprio tivesse à época um pouco da coragem do PC, já teria sido o suficiente.
Ele é um deus? De forma nenhuma, só um cara que fez uns vídeos e ajudou, sem perceber, muita gente a se aceitar como é.
PC Siqueira, minha homenagem, e muito obrigado!
Sim, esse sou eu jogando Warcraft 1, com 17 anos!
Osama Bin Laden, o inimigo e a hipocrisia
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Recebida a notícia da morte do terrorista Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda, pensei comigo: isso vai feder, mais ainda!
Em seguida vejo uma comemoração de norte-americanos, pensei: "povo estranho, morre o cara e eles comemoram como se isso fosse motivo de felicidade."
Não sou a favor de violência, terrorismo e nem nada disso. Mas comemorar a morte de um homem, seja ele qual for, denota nossa profunda infantilidade diante da vida humana.
Por um simples fato: dependendo do lado do time que você está talvez mereça morrer ou não.
Merecer morrer?
Ouvi isso numa entrevista de um cidadão americano: “ele mereceu pagar pelo que fez!”
Eles mudaram de time, simples. No meu time ele é amigo, se me fere ele vira meu inimigo.
Eu raramente confio em alguém que diz que é capaz de se vingar de alguém, pois essa arma pode ser virada contra mim caso se crie uma boa justificativa para isso.
A mentalidade das pessoas sempre funciona pela lógica do oponente. É preciso ter um inimigo ao qual combater, seja ele real, imaginário, presente ou ausente.
A raiva e a mágoa mantêm as pessoas “vivas” e longe da depressão. Quando assumem uma postura violenta ficam firmes, sem lágrimas e o real sentimento de dor.
Resolve alguma coisa? Nada, absolutamente nada. Pelo contrário, somam-se novos desgostos.
A pessoa raivosa está fechada num jogo sem fim de mocinho e bandido. Os bandidos mudam, mas a perseguição permanece.
Na realidade, as pessoas temem se deparar com sua sombra. E por essa razão adoram encontrar sogras, cunhados, chefes, governos, e Bin Ladens para personificar esse inimigo interno.
Aquela faceta da personalidade que rejeitamos, repudiamos e reprimimos ganha um colorido quando avançamos com raiva sobre outra pessoa.
Combatemos o que habita lá fora e esquecemos aquela porção egoísta, invejosa e violenta que paira em nós.
Que morte comemoramos quando Bin Laden se vai? Certamente não é a morte de nossa boa e velha hipocrisia vestida de patriotismo e preocupação humanitária...
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Loucos de pedra
SOFRIMENTO E FELICIDADE
Já reparou que quando vamos consolar alguém e trazer uma solução as pessoas, em sua maioria, sempre rebatem dizendo: “mas acho que você ainda não entendeu o que estou passando...”. Seguem na ladainha por mais meia hora ininterruptamente.
Como psicólogo ouço problemas e queixas diariamente.
Acho que me tornei um especialista no sofrimento humano. Pelo menos em ouvir.
Hoje é sexta-feira santa, um feriado peculiar em que se “comemora” ou lamenta a morte de Jesus. A maneira que encaramos a morte de Jesus como sofrimento fere um pouco minha idéia do que é sofrer.
Acredito que o sofrimento é um sinal de resistência pessoal às mudanças na vida. Pessoas morrem, adoecem, partem para relacionamentos mais felizes, se despedem, saem de empregos ótimos, se machucam, enfim, mudanças acontecem.
Sofrimento é um forte indicador de que teimamos que as coisas permaneçam como estão, paradinhas no mesmo lugar. Lá no fundo é como se quiséssemos perpetuar um bem-estar momentâneo para sempre sem fazer muito esforço.
Aquela necessidade de controle da realidade e a fantasia de que a felicidade nos pertence paralisa nossos sentimentos. Sofremos quando algo muda e fere nossos mais queridos mimos.
O sofrimento é o sinal de que queremos o parente querido, o emprego, o amor eterno conosco, imutável. O sofrimento denuncia nossa vontade de que nada e nem ninguém se movimente para longe de nós. É uma forma de paralisar a vida e a liberdade à nossa volta.
Sofrimento é um estado de paralisia voluntária em que lamentamos (passivos) os nossos reveses. Teimamos em nossas opiniões e reivindicamos direitos especiais “por que eu tenho que passar por isso?”. Oras, por que não você? Você tem privilégios que os outros não têm?
“Sou uma pessoa boa...” rebateriam. Continuo perguntando: por que não você? A bondade é um escudo que impede que uma mudança surja na sua vida? A bondade o protege de uma contrariedade? A bondade é um reforço ao seu sentimento de mimo pessoal?
Acho realmente estranho...
Penso que a felicidade tem muito a ver com movimento, mudança, abertura para a vida que se renova a cada momento, com ou sem a nossa permissão.
Mas sabe por que recuamos diante da felicidade? Porque ela nos assusta e tira do lugar-comum. A felicidade tanto quando o sofrimento é sinal de mudança, mas é a mudança que concordamos em passar.
Felicidade é mudança que aceitamos e sofrimento é aquela que recusamos. Transformar sofrimento em felicidade, portanto é uma mudança de perspectiva sobre as coisas. Ao invés de fechar portas eu abro.
Se, como contam os evangelhos, Jesus permaneceu aberto a cada golpe duro da mudança em sua vida, ele não sofreu. Mudança de perspectiva, só isso.
Felicidade ou sofrimento, qual você escolhe?
Se você estiver f..., pelo menos mantenha um sorriso no rosto! ;)
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Os 6 enganos das pessoas bravinhas
Ao contrário do que todo mundo diz a raiva começa muito antes da raiva aparecer.
Eu me arriscaria dizer que a raiva é um sentimento decorrente de uma visão limitada da vida.
A pessoa raivosa é formada ao longo de anos. Raiva qualquer um sente, mas a manifestação constante dela é resultado de uma postura de vida. Quero enumerar alguns enganos que criam um incrível Hulk.
1) Eu sei
Essa é uma visão muito particular da pessoa raivosa. Ela tem a impressão de que sabe exatamente o que ela é, o que quer e o que espera dos outros. Essa certeza se manifesta por pontos de vista aparentemente muito coerentes entre si.
Pelo menos para a pessoa raivosa há uma clareza que os outros não enxergam. Essa é a palha onde a chama vai encontrar a oportunidade de incendiar.
“Eu tenho razão!”, essa a visão da pessoa raivosa.
2) Eu paguei, você vai pagar também
É muito comum a pessoa raivosa ter passado por algumas experiências de muita dor (física, psicológica) na infância. Essa dor para ser digerida precisou de argumentos para ser superada. Um deles é: devo ter merecido, ou seja, se sofri é porque fiz algo para isso.
Se ela acredita que se a sua ação mereceu ser punida, a ação do outro merece o mesmo destino.
A justiça é seu álibi. Olho por olho e dente por dente. Se ela foi castigada o outro deve passar pela mesma pena.
3) Do jeito que eu quero
Se a pessoa tem a sensação que está com a razão e que está fazendo justiça é natural que leve isso a sério.
Ela se torna a justiceira do mundo. Quer torcer as pessoas para ver o mundo da mesma maneira que os outros vêem. Mas essa lógica é tão personalista que sequer percebe que as pessoas são diferentes dela. Tudo deve ser medido à partir de sua régua.
A rigidez é sua marca, ou teimosia como preferimos aliviar. Se as regras não funcionam como ela quer, não tem brincadeira.
4) Eu na frente
Se ela sofreu e tem razão surge um sentimento de que os outros devem recompensá-la pelo mal que fizeram a ela.
Esse traço inconsciente da pessoa raivosa é responsável por frases do tipo: “só respondi desse jeito (estúpido) porque você não estava me ouvindo.” A idéia implícita é que as pessoas deveriam ouvi-la: “como você ousa não me ouvir?”.
Isso se chama falácia da reciprocidade. Devido nossa tradição judaico-cristã seguimos ou achamos que todos devem seguir a regra de ouro: “não faça para os outros o que não gostaria que os outros fizessem para você”.
Essa regra tem um princípio de humanidade, igualdade e amorosidade incríveis, sem dúvida. Só um detalhe, isso não se torna verdade porque aspiramos que deva ser assim. Na realidade ninguém é obrigado a retribuir nada. Se fez foi por escolha livre e desimpedida. Se eu empresto dinheiro para você hoje, você não tem que me emprestar amanhã. Emprestei porque achei que parecia ser o melhor a fazer, mas não para criar um crédito antecipado com você.
Imagine se um pai ou mãe fosse cobrar dos filhos (isso acontece com quase 100% de casos) o retorno financeiro e psicológico dos anos de criação. Os filhos teriam que pagar com a própria vida e ainda ficariam em dívida. A lógica da reciprocidade é opcional não impositiva.
Pessoa raivosa, ouça bem, ninguém precisa entender e tolerar você. A não ser você.
5) Não te respeito
Como resultado final a bomba está prestes a explodir.
Por que explode? Porque o raivoso acha que pode! Acredita que o outro terá que lidar com essa conseqüência “dane-se! Ele que agüente, afinal fez por merecer! Me provocou!”. Isso quer dizer que o raivoso cede ao seu sentimento de contrariedade por saber que ficará impune.
Agredimos aquela pessoa que temos a garantia que irá suportar (por amor ingênuo ou fraqueza) a explosão. Lavamos a alma às custas dos outros.
6) Me desculpe
Como resultado final da explosão surge a culpa. No calor das emoções a pessoa fez e falou realidades duras. “Eu não quis dizer aquilo!”
Aquele aparente arrependimento é terrível de se lidar, pois aquela pessoa possuída e aterrorizante de minutos atrás se mostra dócil e comprometida a nunca mais fazer algo parecido.
Esse ciclo explosão-culpa-nova explosão é fatal. Porque baixada a poeira, a pessoa raivosa tentará se proteger da vergonha e humilhação se armando com novas justificativas. Tentará encontrar as razões pela qual explodiu e o gatilho estará pronto para novo ataque.
A pessoa agredida já estará ciclo após ciclo com a autoestima tão abalada que terá cada vez menos forças para resistir às agressões. E o domínio da pessoa raivosa estará instalado: agressor e vítima estarão com a vida feita.
Feita de dor...
A raiva de fato não terá transformado nenhuma realidade. A pessoa será alvo de temor e não respeito. O amor que poderia obter será escasso e sua dor se perpetuará.
Com o tempo sua jovialidade, beleza, dinheiro e poder diminuirão e suas vítimas se afastarão uma a uma.
A solidão psicológica será o destino dos raivosos (e mimados) de plantão.
A velhice será muito penosa e um duro aprendizado estará disponível: até que ponto valeu a pena estar sempre com a razão?
É necessário esperar tanto tempo?